A saúde mental de atletas de alto rendimento tem ganhado destaque durante os Jogos Olímpicos de Tóquio. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil ressaltam a importância do acompanhamento psicológico durante a trajetória dos atletas e defendem a presença de um profissional especializado em psicologia do esporte nas equipes técnicas de treinamento, desde a base até a chegada a competições de maior visibilidade.
Os atletas estão sujeitos a pressões que afetam a saúde mental assim como qualquer outro profissional. No entanto, além de questões que afetam a população em geral, como a atual pandemia, dificuldades financeiras, o machismo e o racismo, eles enfrentam, de forma sobreposta, situações características inerentes à sua atuação, como pouca margem para erros, expectativas, prazos de competições, além da rotina exigente de treinos. Os prejuízos à saúde mental podem ser minimizados ou evitados se houver acompanhamento psicológico especializado.
“Considerando que o atleta é uma pessoa que não vive isolada das questões maiores da sociedade, tudo o que desestabiliza essa pessoa tanto no seu grupo social menor como as questões de ordem macrossocial interferem no rendimento do atleta. Por exemplo, a pandemia, a morte de um ente querido, uma lesão, às vezes até a mudança da data de uma competição é geradora de desestabilização para o atleta”, explicou a psicóloga Katia Rubio, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).