A empresária e escritora baiana Monique Evelle estreou como investidora, em outubro, na versão brasileira do Shark Tank, famoso reality show de empreendedorismo (transmitido pelo YouTube e pela Sony Chanel). No programa, propostas inovadoras de negócios surpreendem o público e, ao mesmo tempo, buscam envolver e fisgar os empresários participantes. Em um artigo veiculado na Folha de São Paulo hoje (09), ela discorreu sobre o que as pessoas costumam esperar de quem assume esse papel, sendo ela uma mulher negra, com 28 anos de idade.
“Apesar de dominar outros assuntos, sei da importância de ser uma investidora que também é uma mulher negra em um ecossistema que segundo a pesquisa ‘O perfil dos investidores-anjo no Brasil’, realizada pela Anjos do Brasil, tem 86% dos investidores brancos e apenas 6,6% declarados pretos. Quando o assunto é gênero, estamos falando de 18% de mulheres. E quando falamos de mulheres negras, os dados são quase inexistentes. Então, por isso, aceito falar”, escreveu.
“Agora que estou como uma investidora no maior reality de empreendedorismo do mundo, é um desafio explicar que cada investidor tem sem perfil. Esperam que uma investidora negra atue da mesma forma que a maioria. Esperam que a bagagem pessoal, o letramento racial e a jornada profissional sejam ignorados. Esperam que a investidora negra não saiba o que está fazendo. E acreditam que invista apenas pelo propósito e não pelo conhecimento”, completou ela.
Cofundadora da Inventivos, plataforma que forma, conecta e investe na nova geração de empreendedores do Brasil, Monique foi reconhecida pela Forbes como “30 under 30”, está entre os 50 profissionais mais criativos do Brasil pela Revista Wired, entre as 500 personalidades mais influentes da América Latina e é autora do livro “Empreendedorismo Feminino: Olhar estratégico sem romantismo”.
Receba também as atualizações do Anota Bahia no: Threads, Google Notícias, Twitter, Facebook, Instagram, LinkedIn e Spotify.