
Nos dias 17 e 18 de maio, no Teatro Jorge Amado, em Salvador, o espetáculo “Por que não nós?” trará um mergulho profundo e ácido no psiquismo do que é ser homem em nossa sociedade, partindo da narrativa de três personagens sarcásticos e penetrantes em uma dramaturgia que debate um conceito muito atual: a masculinidade tóxica e suas consequências. No palco, Samuel de Assis, Amaury Lorenzo e Felipe Velozo convidam o público a olhar para essa questão que se faz necessária, rindo e emocionando. “Quisemos entender como somos atingidos pela contenção do que sentimos, mesmo rindo das ansiedades e das angústias que essa contenção provoca”, explica o baiano Felipe Velozo.
Com texto de Júlia Spadaccini e direção de Débora Lamm, a peça aponta que a masculinidade tóxica é percebida como um conjunto de ideias e mecanismos voltados para que os homens se encaixem em padrões que mantenham um equilíbrio social baseado na violência. Até que essa violência se volta contra os próprios homens em uma espiral de manifestações que incluem a exacerbação da virilidade, o machismo, a violência contra a mulher, homofobia e transfobia.
Apesar disso, a história vem em forma de comédia e promete divertir e provocar a plateia, descortinando uma série de assuntos sérios, como saúde emocional, estigmas e preconceitos, sob uma veia cômica. “A história fala de amizade, de educação emocional, sobre como nós homens não somos criados para falar, para discutir nossas emoções. É um espetáculo sobre isso. Sobre a dificuldade que a gente tem em nos relacionarmos emocionalmente”, destaca Samuel de Assis.
O universo impresso neste espetáculo é foco constante de campanhas de saúde mental, palestras, livros, teses, estudos culturais e sociais, reportagens, filmes e, agora, será tema de uma peça. “O teatro pode, e muito, contribuir para os debates que brotam das questões de gênero, no mundo em que vivemos, que estão fervilhando e reclamando outros modos de discussão”, diz Amaury Lorenzo.

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