Saída dos Filhos de Gandhy carnaval de 1999. Foto: Lita Cerqueira.
Saída dos Filhos de Gandhy carnaval de 1999. Foto: Lita Cerqueira.

Após recorde de público no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em São Paulo e Belo Horizonte, a exposição “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira” desembarca em Salvador. A partir do dia 29 de março, quanto a capital baiana completa 476 anos, a mostra passa a ocupar o Centro Histórico da cidade, reunindo 68 artistas e 150 obras, históricas e contemporâneas, no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB). A exposição se consolidou como uma das motrar mais assisidas de 2024, somando mais de 300 mil visitantes em suas exibições anteriores.

Na ocasião, a programação do CCBB conta com a performance “Do Que São Feitos os Muros” (2020-2025), do artista Davi Cavalcante, que a partir da construção de um muro com tijolos gravados com palavras reflete sobre relações humanas e seus impactos nos territórios. Com obras que conectam o tradicional com o contemporâneo através de diversas expressões artísticas, a exposição é organizada em cinco eixos: “Tornar-se”, com foco no ateliê do artista e o autorretrato; “Linguagens”, que destaca os movimentos artísticos; “Cosmovisão”, sobre política e direitos; “Orum”, sobre as relações espirituais no fluxo Brasil-África; e “Cotidianos”, que aborda a representatividade.

A curadoria da exibição ficou por conta do pesquisador Deri Andrade, responsável pelo Projeto Afro. “A exposição propõe um olhar sobre a presença negra na história da arte brasileira e sua influência nas construções visuais do país. Salvador, com toda sua relevância histórica e cultural, era um destino essencial para essa itinerância. O MUNCAB, como espaço de referência, amplia ainda mais esse diálogo”, afirma o curador da mostra.

Os baianos Lita Cerqueira, Rubem Valentim (1922 – 1991) e Mestre Didi (1917 – 2013) estão entre os nomes homenageados pela exposição, além de Arthur Timótheo da Costa (1882 – 1922) e Maria Auxiliadora (1935 – 1974). “A cidade carrega consigo a história e a resistência da população negra no Brasil, o que transforma a experiência da exposição. Essa conexão se fortalece, especialmente com o trabalho de Lita Cerqueira, que há décadas registra a cidade e suas manifestações culturais. Apresentar suas imagens aqui é um reconhecimento da sua contribuição para a memória visual da cultura afro-brasileira”, destaca Deri Andrade.

Obra de "Aceita" de Moisés Patrício. Foto: Divulgação.
Obra “Aceita” por Moises Patrício. Foto: Divulgação.

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