
A exposição ‘Fragmentos de Memória’ eleva a iniciativa de reparação histórica a um novo patamar ao apresentar 40 imagens criadas através de Inteligência Artificial, utilizando documentos históricos de pessoas escravizadas e libertas. A proposta além de dar rostos às descrições documentais frias de pessoas escravizadas e libertas, lhes confere voz, transformando registros burocráticos em emocionantes monólogos poéticos recitados por personalidades negras brasileiras.
Essa fusão de história, tecnologia e arte busca promover a justiça simbólica, rompendo o silêncio imposto pelo cativeiro para resgatar a plena humanidade e ancestralidade. “Este projeto transforma documentos frios em rostos cheios de histórias. É um ato de justiça simbólica. A memória é um importante instrumento para lembrar, mas, sobretudo para não esquecer”, destaca Jorge X, diretor da APEB.
Dentre as fontes de informações estão passaportes, livros de notas de compra e venda de escravizados, inventários, cartas de alforria, títulos de residência a africanos libertos, e intensa pesquisa do Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB). A mostra estará disponível a partir desta quinta-feira (6), no Shopping da Bahia, até o dia 30 de novembro.
Todo o processo de pesquisa, levantamento, transcrição paleográfica, iconografia e digitalização visou catalogar trajes, cenários, adereços e marcadores visíveis. Por fim, foi feita a criação de comandos (prompts) que integram dados documentais e visuais, alimentando modelos generativos utilizados para a elaboração final dos retratos.
“Fragmentos da Memória é uma entrega que reflete a importância dos nossos pesquisadores, da preservação da história para que direitos sejam garantidos, que a reparação aconteça e é um excelente exemplo de como a tecnologia quando bem utilizada, produz resultados de extrema relevância social, cultural e educacional”, afirma o diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, Sandro Magalhães.

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