
O Museu de Arte da Bahia (MAB) inaugura, no dia 23 de outubro, a exposição Desperta, Ferro!, do artista e arquiteto José Ignacio, com curadoria de Alana Silveira e pesquisa de Ticiana Lamego. Em cartaz até 21 de dezembro, a mostra reúne 20 esculturas produzidas com materiais coletados em ferros-velhos de Salvador, transformando resíduos industriais em obras de grande impacto visual e simbólico.
As peças, feitas em ferro, madeira e pedra, chegam a atingir cerca de três metros de altura e resultam de dois anos de pesquisa e criação. Ignacio percorreu mais de 20 ferros-velhos da cidade em busca de fragmentos que, antes destinados ao descarte, ganham nova vida como estruturas escultóricas. “O ferro, tantas vezes tratado como resíduo, aqui ganha protagonismo e se revela vibrante, pleno de aspirações e de novas vocações”, afirma o artista.
A exposição propõe um diálogo entre o material e o simbólico, aproximando o espectador das relações entre memória, consumo e tempo. Inspirado pela experiência como arquiteto e pela pesquisa sobre ancestralidade, Ignacio cria uma linguagem própria, em que o processo artesanal é tão importante quanto o resultado final. “Caminhar pelos ferros-velhos de Salvador foi como aprender um novo idioma”, diz ele. “Cada peça parecia me escolher, carregando histórias de usos passados e abrindo possibilidades para novas existências.” Com trajetória internacional, o artista chileno radicado na Bahia desde 1974 já expôs em cidades como Nova York e Helsinque.

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