Arthur Coelho. Foto: Divulgação

O fotógrafo e diretor de arte baiano, Arthur Coelho, vai integrar a exposição multidisciplinar da Corps Flottants, que transformará a Spitalfields Market, na Spital Square, em Londres, em um centro de manifestação artística, nesta sexta-feira (20). A mostra traz uma proposta sustentável, enquanto promove a união da moda, fotografia, tecidos e design de joias. Além do baiano, o projeto contará com a presença de outros três nomes, de diferentes nacionalidades. Radicado em Paris, Arthur é conhecido por explorar identidade, memória e emoção através das suas lentes, sempre apoiado nos pilares da conexão, do real e da imperfeição.

Na exposição, ele vai apresentar histórias fotografadas que formam uma meditação autobiográfica sobre os quatro elementos. A relação com a Bahia aparece logo em ‘Água’, mostrando sua relação com Deus e o significado do mar em sua vida, que sempre foi encarado como uma presença sagrada e como um santuário. “É ali que rezo, reflito, escuto. As ondas falam uma linguagem que eco a adualidade da minha natureza — racional, mas profundamente emocional. Na sua calma turbulenta, encontro um espelho. E, nesse breve momento em que o som da água se alinha perfeitamente ao ritmo dos meus pensamentos, sinto-me conectado— completamente e espiritualmente enraizado”, explica Arthur.

O laço profundo e inabalável da irmandade, o amparo ao se enfraquecer e o desafio de se levantar após uma estagnação são retratados em ‘Terra’, onde o fotógrafo homenageia seu irmão, Thomaz. “Ao homenageá-lo, voltei à imagem do lar —o calor do Brasil, suas cores saturadas, a nostalgia das crianças correndo descalças pelas ruas, o som do futebol no concreto, a intimidade de abraços que carregam significados não ditos. Essas são as memórias que me firmam, os fragmentos da Terra que me lembram quem eu sou”, conta.

“O ar, embora o mais abstrato dos quatro, se revelou com uma clareza surpreendente. O ar é liberdade — não como ideia, mas como algo que se sente no corpo. É a sensação do vento tocando a pele, o desprendimento dos cabelos ao vento, a leveza das roupas fluidas, a libertação de correr descalço e nu. É o elemento do movimento sem resistência, do respirar sem medo. No ar, há entrega e domínio ao mesmo tempo — um convite para dissolver-se no presente e simplesmente existir”, detalha o artista baiano sobre o significado de ‘Ar’.

Arthur traz em ‘Fogo’ o amor vivido — o amor romântico em todo seu calor, complexidade e profundidade —, abordando também a paixão, paciência, desejo e presença. “Nessas fotografias, retrato um garoto eslavo que representa meu companheiro, Adam, que é polonês. Por meio dele, procurei explorar a força silenciosa da intimidade — a maneira como o amor te sustenta quando tudo ao redor parece desmoronar. Em seus gestos, vê-se tanto o sonho quanto a realidade; uma quietude que arde, um caos que acalma. O amor, como aprendi, não é uma chama perfeita — ele oscila, ruge, desafia. Mas, quando é verdadeiro, te ancora. Torna-se um fogo do qual você não quer fugir —um fogo que suavemente ilumina o seu caminho”, finaliza o fotógrafo.

Fotografia de Arthur Coelho. Foto: Arthur Coelho
Fotografia de Arthur Coelho. Foto: Arthur Coelho

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