O fotógrafo André Fernandes é o único representante do Brasil e da Bahia no Concurso Internacional de Arte para Artistas Minoritários, se destacando com o ensaio “Orixás”, que destaca as divindades do Candomblé. O artista vai ser homenageado – em cerimônia nesta terça-feira (26), em Genebra, na Suíça – com o prêmio de menção honrosa, concedido por um painel de cinco juízes que destacaram a qualidade da obra e a relevância dos temas abordados para ampliar a conscientização e a compreensão dos direitos de minorias. O concurso é organizado pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
“Enquanto artista, essa é uma grande oportunidade de usar a arte para falar do Candomblé, para atingir mais gente e lançar luz sobre a beleza que é o Candomblé. É uma honra poder representar a Bahia e o Brasil em um espaço tão relevante para os Direitos Humanos, na capital humanitária do mundo. Então, dar visibilidade internacional para essas narrativas é uma forma de reverenciar as nossas memórias ancestrais”, conta André.
Além da premiação, o fotógrafo inicia, nesta segunda-feira (25), uma série de participações em atividades correlatas até o dia 1º de dezembro, incluindo uma exposição de arte para celebrar a sua trajetória artística, juntamente com outros artistas laureados, o lançamento do catálogo da premiação e a organização de eventos e reuniões sobre arte, cultura e direitos humanos em nível internacional.
“Orixás” demorou mais de dois anos desde a concepção até a produção das fotos, em 2014, no Terreiro Ilê Axé Alaketu. O projeto é um ensaio fotográfico que revela as divindades do Candomblé com todas as suas vestes, adornos e indumentárias usadas nas obrigações e festas cíclicas do terreiro. Revela também os elementos que conectam os homens com o espírito ancestral dos Orixás.
“Todas as pessoas têm o direito de manifestar a sua fé, conceito amplamente defendido pela ONU na iniciativa chamada ‘Fé por Direitos’, de 2017. Então, ‘Orixás’ aborda temas relacionados à memória, ancestralidade e identidade. Além de preservar a memória afrodescendente, as fotografias possibilitam acender o debate e a reflexão sobre o Candomblé, tendo em vista que quanto mais gente estiver falando e desmistificando o tema, menos o preconceito existirá sobre a cultura e suas peculiaridades”, conta André Fernandes.
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