A próxima SP-Arte – Rotas Brasileiras, evento que acontece entre 28 de agosto e 1º de setembro, na ARCA, em São Paulo, contará com a presença o baiano Gustavo Moreno. São os galeristas Ricardo Portela e Denny Venegeroles, da Acervo Galeria de Arte, que representam o trabalho do artista. Ele vai apresentar uma série retomada após alguns anos, intitulada “Sincréticos“, onde transmite a fragmentos como madeira, metal oxidado, vidro e cerâmica descartados o status de arte em esculturas feitas de elementos marcados pelo tempo.
“O trabalho se dá na coleta desses materiais do cotidiano, ordinários, que são ressignificados através da assemblage. Me interessa muito pensar na energia desses materiais, pensá-los como uma continuação com o tempo, sempre vivendo, sempre oxidando. Importante pensar que nada é estanque, pensar sobre finitude. Ele é um corpo vivo, um corpo de resistência do colonizado ao colonizador, ungido pela força das matrizes africanas e do catolicismo. Eu faço uma espécie de exorcismo, de oferenda, de resistência e fé”, contextualiza Gustavo Moreno.
Segundo o curador Caetano Dias, o trabalho de Moreno pode ser pensado como uma poética dos fragmentos e suas energias em meio ao domínio da nova imaterialidade. “Ele escolhe adentrar e aprofundar as relações entre memória, história e fé, criando construções que ligam aspectos da cultura popular, religiosa e industrial, ecoando tradições ao atribuir novos significados a coisas antigas que sempre ressurgem”, disse.
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