Completam-se hoje 20 anos da morte do romancista baiano Jorge Amado. Autor de clássicos da literatura brasileira, dono de uma caligrafia ácida e sem meias palavras, Jorge Amado se tornou o grande nome da abordagem popular da cultura brasileira. Suas obras foram traduzidas em mais de 40 idiomas, alcançando assim milhares de leitores. Até a época do seu falecimento, o autor baiano já tinha vendido mais de 100 milhões de cópias de seus livros.
O sucesso, no entanto, não o deixou isento da crítica literária, que o julgava, por vezes, como um autor panfletário, isto é, mais preocupado com a recepção de sua obra do que com a estética literária. Para o pesquisador Eduardo Assis Duarte trata-se de um elitismo da academia literária. Jorge Amado morreu no dia 6 de agosto de 2001, aos 88 anos, em Salvador, mas o seu legado permanece através da arte. A Casa do Rio Vermelho, onde o autor viveu com a esposa Zélia Gattai, e hoje é um museu aberto à visitação, prestou homenagens ao artista nesta sexta (6).
Alguma das mais célebres obras do escritor são: Capitães de Areia (1937), Tenda dos Milagres (1969), A Morte e a Morte de Quincas Berro D´água (1959); e Mar Morto (1936). Este último lhe rendeu o Prêmio Graça Aranha, da Academia Brasileira de Letras, instituição a qual entrou no ano de 1961, ocupando a cadeira 23, que tinha como patrono José de Alencar. Jorge Amado conseguiu, a duras penas, trazer o povo baiano para dentro da literatura brasileira.