
Nesta quarta-feira (21), o Hub Salvador será palco do evento “Futuros Ancestrais”, uma imersão criativa e reflexiva que propõe um encontro entre os saberes afro-brasileiros e as tecnologias contemporâneas. O espaço, localizado no Comércio, receberá palestras, debates e vivências artísticas que exaltam a potência ancestral como catalisadora de inovação, além de uma exposição que ficará disponível até o dia 20 de junho. A iniciativa busca evidenciar como a cultura afro-brasileira, suas simbologias e práticas ancestrais dialogam profundamente com a inovação e as tecnologias contemporâneas.
A abertura do evento começa com uma visita guiada informal à exposição do artista plástico Samuel Cruz Santos. A mostra apresenta esculturas em papel e quadros moldados com técnicas de papietagem e trançado de jornal, representando santos e orixás, como Santa Dulce dos Pobres, Jesus Cristo crucificado, Oxóssi, Xangô e Nanã. Já a abertura institucional, contará com falas de representantes do Hub Salvador e parceiros, reafirmando o compromisso da instituição com a diversidade, a valorização cultural e a inovação inclusiva.
O destaque da tarde será a palestra “Orixás como arquétipos de inovação”, ministrada por Adinelson Filho Àkànbí Ọdẹ. A conversa propõe uma abordagem sobre as simbologias dos orixás como expressões ancestrais de inteligência tecnológica. Ogum arquétipo da metarlugia e expansão yorubá é reinterpretado no campo da engenharia e tecnologia; Oxóssi, senhor da tática de campo e caça, como o mestre da estratégia e dos dados; e Exu, símbolo da comunicação, é atualizado nas linguagens digitais. Adinelson, mestre e doutorando em Literatura e Cultura, pedagogo e artista visual, cria suas obras a partir de suas pesquisas em língua, literatura e cultura yorùbá.
Na sequência, a mesa-redonda “Tecnologia como ferramenta de reservação e valorização cultural” será conduzida por I’sis Almeida, CEO do Portal Black, e Sarah Morato, fundadora da Black School. As convidadas apresentarão iniciativas tecnológicas voltadas à salvaguarda da cultura afro-brasileira, como aplicativos para o ensino de línguas africanas, digitalização de oralidades, narrativas interativas sobre mitologias e o uso de inteligência artificial na arte negra.
Em “Tecendo Memórias e Futuros”, o ex-carreteiro e artista, Samuel Cruz Santos, compartilhará seu processo criativo e convida o público a refletir sobre o papel da arte como memória viva. Ele encontrou nas artes plásticas uma nova forma de expressão após um acidente que o afastou da profissão. Hoje, transforma papel em esculturas com significados profundos, entrelaçando espiritualidade, ancestralidade e inovação em cada obra.

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