No dia 15 de julho, vai acontecer o lançamento do livro biográfico “Mãe da Liberdade: A trajetória da Ialorixá Hilda Jitolu, matriarca do Ilê Aiyê”. A publicação é fruto de uma pesquisa de mestrado em Estudos Étnicos e Africanos da jornalista Valéria Lima, neta da Ialorixá e diretora-executiva do Instituto da Mulher Negra Mãe Hilda Jitolu, que se firmou parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo para o lançamento. A cerimônia será especial para convidados e contará com transmissão do canal oficial da TV Correio Nagô no Youtube. Após ser lançado, o livro estará disponível para download nos sites das instituições.
Com edição da editora negra baiana, Ogum’s Toques Negros, a obra narra a vida da líder religiosa que não apenas fundou um dos mais renomados terreiros de candomblé na Bahia, o Acé Jitolu, como também contribuiu para a fundação do primeiro bloco afro do Brasil, o Ilê Aiyê, e foi uma grande incentivadora da educação do povo negro e periférico.
Nas páginas do livro, Valéria enaltece a dedicação de Mãe Hilda à educação e à preservação da cultura afro, assim como seu legado e influência. Para a jornalista, a produção não é apenas um testamento à vida, mas também um espaço de preservação e compartilhamento do legado de mulheres negras que moldaram a história. “Ela foi uma figura central não apenas na minha vida, mas na vida de muitos, promovendo liberdade através do conhecimento e da fé. Na luta contra o racismo, contra a intolerância religiosa e todas as formas de discriminação, e na luta pela valorização e reconhecimento das religiões de matriz africana”, destaca.
Christiane Gomes, coordenadora de projetos da Fundação Rosa Luxemburgo, conta que é fundamental que a história de Mãe Hilda alcance mais pessoas, visto que sua trajetória confirma a imensa inspiração que mulheres negras do axé forneceram para a democracia no país. “Como disse Angela Davis, são elas as precursoras do feminismo negro no Brasil. Neste sentido, esse registro é imensamente precioso e fundamental. Afinal, nossos passos vêm de longe”, comentou. Já Letícia Sotero, diretora comercial da Agência Asminas, que também está apoiando o lançamento, acredita que o livro fortalece a missão de promover a valorização da luta das mulheres negras.
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