Um impasse entre os herdeiros de Dorival Caymmi tem dificultado a criação do Instituto Casa Caymmi, projeto que pretende reunir e preservar o acervo do compositor baiano, um dos maiores nomes da música brasileira. Morto em 2008, aos 94 anos, Caymmi deixou um vasto legado artístico que, por enquanto, segue sem um espaço dedicado à sua memória.
De acordo com a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, a ideia do instituto surgiu há cerca de 20 anos, concebida por Gabriel Caymmi, neto do artista, em seu trabalho de conclusão de curso. O projeto seguiria os moldes da Casa Jorge Amado, com estrutura voltada à pesquisa, exposições e atividades culturais. No entanto, disputas em torno da gestão, da localização e divergências políticas entre os herdeiros acabaram travando o avanço da iniciativa.
As cidades de Salvador e Rio de Janeiro chegaram a ser cogitadas como possíveis sedes e, segundo a publicação, ambas demonstraram interesse em receber o espaço. Apesar disso, as negociações estariam paralisadas há pelo menos sete anos. A letrista Ana Terra afirmou que a proposta teria sido vetada por resistência de Danilo e Nana Caymmi, filhos do compositor, devido a diferenças políticas e desacordos sobre a administração do instituto.
Danilo Caymmi declarou considerar a Bahia o local ideal para sediar o projeto, mas apontou entraves na relação com o poder público: “A vinculação direta ao governo complica, porque, se muda o governo, muda tudo”.
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