A ministra da Cultura, Margareth Menezes, se manifestou acerca do julgamento durante o desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio. Na ocasião, uma das juradas reduziu a nota da escola Unidos de Padre Miguel (UPM), por “excesso de termos em iorubá”. Em publicação na rede social, X, a ministra e cantora classificou a decisão da jurada como “Inaceitável”, enquanto reafirmou que o Iorubá é uma das línguas que está na raiz do samba e das religiões de matriz africana.
“Inaceitável! A Unidos de Padre Miguel perdeu pontos no Carnaval porque usou “excesso de termos em Iorubá” no samba-enredo. Como assim? O Iorubá é uma das línguas que formam nossa cultura, está na raiz do samba, nas religiões de matriz africana, na história do Brasil! Isso não é só um erro de julgamento, é um desrespeito à nossa ancestralidade. O samba nasceu da resistência! Todo apoio à Unidos de Padre Miguel e a todas as escolas que levam a cultura afro-brasileira para a avenida com orgulho”, escreveu Margareth Menezes.
A Unidos de Padre Miguel entrou com recurso junto à Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) para revisão do julgamento. O presidente da entidade, Gabriel David, afirmou que o requerimento será levado à frente, em entrevista ao Multishow. “[…] a gente vai ter uma plenária com os 11 presidentes, com a diretoria da Liga, para a UPM poder expressar a indignação dela e repudiar completamente o caso de racismo religioso que existiu de fato no julgamento da UPM”, disse David.
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