
Nos últimos anos o Brasil se tornou um reconhecido polo de investimento global, favorecendo, portanto, o câmbio que assim como os demais mercados de ativos locais, passou por diversas transformações. Esse mercado se caracteriza como um ambiente onde se transacionam as operações de câmbio, ou seja, troca de pares de moedas, por agentes autorizados pela Autarquia do Banco Central e os seus clientes, sejam eles Pessoas Físicas ou Pessoas Jurídicas. As transações ocorrem de maneira direta ou através de correspondentes. O Mercado de Câmbio é regulamentado pelo Banco Central do Brasil. Em entrevista, Diego Malaquias, Head da Mesa de Câmbio da BP Investimentos explica como funciona e quais as perspectivas para essa área em 2021.
De acordo com Diego, em 2021 o câmbio deve continuar pressionado por conta da Matriz Fiscal no Brasil acarretado ainda pela pandemia que já completa quase 1 ano. “Quando olhamos para o ano de 2020 observamos que o dólar, por exemplo, se apreciou frente ao real em 29% trazendo muita volatilidade e imprevisibilidade para os agentes que atuam no mercado. No ano de 2021 o ritmo será ditado pelos estímulos econômicos que trazem mais liquidez para o mercado global e consequentemente o câmbio para patamares mais baixos. A unanimidade em casas de análises mostra que o cenário doméstico é muito mais decisivo que o externo, então o ritmo que o Governo Federal dará as Reformas e as ações fiscais. Para haver uma apreciação da real frente às demais divisas é importante que a recuperação da economia global ocorra juntamente com os avanços das vacinas frente ao coronavírus, o que denota um crescimento econômico mais acelerado e uma redução da imprevisibilidade”, explica.
O Mercado de Câmbio no Brasil é dividido em primário e secundário. “O mercado primário consiste na entrega ou recebimento de moeda estrangeira no Brasil. Basicamente temos as importações e as exportações, compra ou venda de mercadorias. Quando falamos em importações e exportações observamos que o mercado é muito mais concentrado nas empresas. Já o mercado secundário é focado no interbancário que consiste na troca de posição cambial entre os agentes autorizados a atuar no mercado de câmbio, não havendo fluxo de entrada ou de saída da moeda estrangeira do Brasil. Além das importações e exportações temos também os pagamentos ou recebimentos de serviços e o envio ou recebimentos de remessas, que se enquadram como disponibilidade”, destaca.
Uma outra estrutura que está ligada ao Mercado de Câmbio é o Hedge. “Esse instrumento é muito utilizado com o objetivo de proteção às variações de preços. O Hedge cambial é essencial para a previsibilidade de receitas e custos de empresas com operações internacionais, produtores de commodities, importadores e exportadores. Permite também que as companhias tenham mais segurança e previsibilidade frente aos ciclos econômicos. Quando um player contrata o Hedge Cambial de forma estratégica ele acaba por não se preocupar mais com os riscos de oscilações dos preços, mas sim ter o foco total em sua atividade principal”, revela.
Diego Malaquias também explica quais os principais fatores que auxiliam quem trabalha com comércio exterior para escolher o melhor caminho. “Acredito que os players que atuam neste Mercado devem acompanhar com frequência as oscilações de preços e ter total entendimento da sua atividade principal. O Mercado de Câmbio é dominado por imprevisibilidade e volatilidade, ou seja, se movimentam por expectativas. Quando analisamos as companhias observamos que a utilização de Hedge como instrumento de proteção de preços ainda é pouco difundida, ocasionando em uma volatilidade contínua na sua atividade principal. Os agentes que planejam de forma estratégica os seus fluxos de pagamentos, acompanham as oscilações de preços e utilizam Hedge Cambial tendem a ter um desempenho melhor do que os agentes que simplesmente operam sob as demandas de pagamentos e recebimentos. Estes por último têm um risco de oscilação de preço intrínseco ao seu negócio”, analisa.
O mercado de câmbio tem 80% de suas demandas concentradas em 10 bancos, que muitas vezes não assessoram o cliente no processo de tomada de decisão. Com os novos players de mercado, incluindo a XP Investimentos, o cliente conta com taxas mais competitivas de spread, agilidade e assessoria no serviço e sem custos e tarifas adicionais às operações. Quer conhecer mais sobre o assunto? Fale com um dos assessores da BP Investimentos através do telefone (71) 98796-1974.