Itamaraty. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No último domingo (22), o Ministério das Relações Exteriores afirmou, em nota, que o governo brasileiro vê com grave preocupação a escalada militar no Oriente Médio e condena “com veemência” ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, “em violação da soberania do Irã e do direito internacional”. Ainda no comunicado, o Itamaraty apontou que o Brasil reitera sua posição em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos, rejeitando qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões de instabilidade geopolítica.

“Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala”, disse o Itamaraty. O Brasil também repudia ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas — que têm provocado crescente número de vítimas e danos a infraestrutura civis —, enquanto pede por uma solução diplomática.

“O Brasil ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz. As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear”, conclui o comunidado.

O posicionamento brasileiro acontece após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que o país atacou, no último sábado (21), três usinas nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan. O Irã afirma que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos e que estava no meio de uma negociação com os Estados Unidos para estabelecer acordos que garantissem o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual é signatário. Apesar disso, a AIEA vinha acusando o Irã de não cumprir todas suas obrigações e o país acusou a agência de agir politicamente motivada pelas potências ocidentais.

Palácio do Itamaraty
Palácio do Itamaraty. Foto: Fabio Rodrigue Pozzebom.

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