Nesta sexta-feira (29), o presidente da Argentina, Javier Milei, assinou um documento recusando a adesão do país como integrante do Brics. Com isso, o governo argentino manifestou que não é oportuno participar do grupo, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Como justificativa, o presidente afirmou que muitos eixos da política exterior atual diferem da administração anterior. Porém, em carta enviada ao Brasil, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Milei fala sobre os laços com os brasileiros. “Compromisso do governo nacional com a intensificação dos laços bilaterais, em particular com o aumento dos fluxos de comércio e de investimento”, declara.
Vale lembrar que, durante um encontro da cúpula do grupo em agosto, em Johanesburgo, África do Sul, a adesão da Argentina foi aprovada. Assim, se Milei não desistisse, o país faria parte do Brics a partir de 1º de janeiro de 2024. Na ocasião, o então presidente argentino, Alberto Fernández, se prontificava a entrar no grupo, pois o contexto internacional conferia ao bloco uma relevância singular e o constituía como uma importante referência geopolítica e financeira. Além disso, em novembro deste ano, Diana Mondino, ministra das Relações Exteriores, publicou no X, antigo Twitter, que o país não se juntaria ao Brics.
Confira o documento enviado pela embaixada brasileira, em Buenos Aires, ao Brasil: “Como sabem, a marca da política externa do governo que presido há alguns dias difere em muitos aspectos da do governo anterior. Nesse sentido, algumas decisões tomadas pela gestão anterior serão revistas. Entre elas está a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país no Brics, conforme indicou o ex-presidente Alberto Fernández em carta datada de 4 de setembro. A este respeito, gostaria de informar que nesta fase a incorporação da República Argentina ao Brics como membro pleno a partir de 1º de janeiro de 2024 não é considerada oportuna”.
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