Elenco “O agente secreto”. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O longa brasileiro O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, recebeu nesta terça-feira (29) duas indicações ao Gotham Film Awards, premiação que reconhece produções independentes. O filme concorre nas categorias de melhor roteiro original e melhor atuação, com Wagner Moura.

O reconhecimento internacional se soma a outros prêmios recentes. Em maio, o longa foi destaque no Festival de Cannes, onde conquistou os prêmios de melhor direção e melhor ator. A produção estreia nos cinemas brasileiros no dia 6 de novembro e foi escolhida pela Academia Brasileira de Cinema para representar o país na disputa por uma vaga no Oscar 2026.

Durante entrevista coletiva em São Paulo, Wagner Moura afirmou que o time está otimista, mas cauteloso com o caminho até o Oscar. “A gente está fazendo tudo direito, mas tem que ter calma e respirar. Quando começam a vir indicações como a do Gotham, a gente sente que o caminho está ficando mais real”, disse o ator.

Kleber Mendonça Filho destacou que o principal objetivo agora é alcançar o público brasileiro, especialmente o mais jovem. “Quero que o filme seja descoberto por estudantes, por meninos e meninas que vão ao cinema e veem um filme brasileiro que conta a nossa história. Talvez eles encontrem um novo ponto de vista sobre o país”, afirmou o diretor.

Ambientado nos anos 1970, durante a ditadura militar, O Agente Secreto acompanha Marcelo (Wagner Moura), um homem que retorna a Recife em busca do filho e para confrontar um passado obscuro. Segundo o diretor, o filme também é uma reflexão sobre memória e esquecimento no Brasil. “Somos um país que tende a esquecer muita coisa. O cinema pode entreter, mas também trazer informações reais sobre o lugar onde vivemos”, observou.

Para Wagner Moura, discutir memória é essencial não apenas para o cinema, mas para a sociedade como um todo. “A memória é fundamental. Se a gente não tivesse apagado partes da nossa história, talvez não tivéssemos vivido certos retrocessos recentes. Preservar a memória é papel da cultura, do jornalismo e das universidades”, concluiu.

Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho Foto: Andreas Rentz/Getty Images for ZFF

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