
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou seu pedido de aposentadoria da Corte, nesta quinta-feira (9), durante o XVII Encontro do Conselho de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil (Consepre), que está sendo realizado em Salvador. A movimentação acontece pouco após sua saída da presidência da Suprema Corte. Ele também confirmou hoje foi sua última sessão plenária. “Sinto que agora é hora de seguir novos rumos”, disse.
Barroso, que poderia ficar no cargo por mais oito anos, ainda deve permanecer no STF até a próxima semana para liberar processos que ainda estão sob sua responsabilidade. Com a saída, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar novo integrante para a Corte, sob alguns critérios: O candidato deve ser maior de 35 anos e ter menos de 75 anos; ter notável saber jurídico; e ter reputação ilibada.
Durante seu discurso no Consepre, o ministro economizou palavras para descrever a emoção de estar fazendo um anúncio tão importante na sua vida, na Bahia. Barroso guarda memórias afetivas no Estado, desde relacionamentos e agendas públicas, até o agito do Carnaval.
“Essa eu nunca contei para ninguém. A minha primeira namorada era baiana. Estudávamos juntos e eu, durante três anos seguidos, passei férias aqui na Bahia, em Itapetinga. Depois passávamos carnaval aqui em Salvador, isso aos 20 anos de idade, e passávamos no clube baiano de tênis. Saímos do Bloco do Jacu, que era um bloco que existia há muito tempo atrás, que tinha uma mortalha azul turquesa. Foi uma fase linda da minha vida. Não casamos porque éramos jovens demais. Mas esse registro bonito da Bahia eu tenho”.
Barroso chegou ao Supremo em 2013. Ele foi indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff para a vaga deixada pelo ministro Carlos Ayres Britto. O momento também guarda recordações na Bahia: “Quando a presidente Dilma me nomeou para o Supremo, no dia seguinte eu tinha um compromisso aqui em Salvador e vim. A pessoa que me recebeu disse assim: ‘você vai ter um tempo difícil aqui. Eu sugiro que você passe na Igreja do Bonfim’. Lá comprei a minha fitinha do Bonfim, amarrei no meu pulso e levou uns três anos para arrebentar. Devo ter pedido coisa muito difícil, mas também me deu muita sorte ao longo do caminho”.
O ministro também citou figuras baianas importantes na sua carreira, como a sua chefe de assessoria, a Leila Mascarenhas, e três dos conselheiros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ): José Rotondano, Pablo Coutinho Barreto e João Paulo Schoucair. Além disso, Barroso possui o Título de Cidadão Baiano.

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