
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas neste domingo (06) ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, durante sua participação na cúpula de líderes do Brics, realizada no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. Segundo Lula, as duas instituições operam como se estivessem executando um “Plano Marshall às avessas”, em que as nações emergentes e em desenvolvimento acabam financiando os países ricos.
Lula afirmou que o foco do FMI e do Banco Mundial está voltado majoritariamente para o mundo desenvolvido, o que, em sua visão, agrava a situação econômica das nações mais pobres. “Os fluxos de ajuda internacional caíram, e o custo da dívida dos países mais pobres aumentou”, apontou. A fala ocorreu durante a sessão plenária dedicada ao fortalecimento do multilateralismo, às questões econômico-financeiras e ao impacto da inteligência artificial.
O presidente também defendeu uma reforma nas estruturas de poder dentro do FMI, reivindicando maior representatividade para os países do Sul Global. “As distorções são inegáveis. Para fazer jus ao nosso peso econômico, o poder de voto dos membros do Brics no FMI deveria corresponder pelo menos a 25% – e não os 18% que detemos atualmente”, declarou, destacando a necessidade de uma governança financeira internacional mais equitativa.
Em tom crítico, Lula também atacou o modelo neoliberal, responsabilizando-o pelo agravamento das desigualdades sociais no mundo. Como exemplo, citou que “três mil bilionários ganharam US$ 6,5 trilhões desde 2015”. A fala reforça a postura do presidente brasileiro em defesa de uma economia global mais justa e inclusiva, com maior protagonismo dos países em desenvolvimento nos fóruns internacionais.

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