Criada pela arquiteta e produtora de moda Marcia Costa e o estilista Luciano Santana, a Aboyê (que se lê Abioyê), nasce na Bahia em maio de 2021, sendo selecionada como revelação, junto com mais quatro marcas brasileiras, pelo programa Fashion for Future, sediado em Milão. A marca bebe na fonte da ancestralidade para desfilar encantamento e elegância em peças de roupa que traduzem qualidade, sustentabilidade e respeito às raízes. O seu nome significa Nascidos da Realeza e confirma o princípio norteador da grife: honrar a ancestralidade. A marca é contra o consumo desenfreado, sendo produzida no sistema slow fashion e transmitindo a mensagem de desaceleração, de valorização dos detalhes e de sabedoria vinda dos que nos antecederam.
A identidade é construída pela presença de técnicas manuais, como o crochê, bordado, ponto barra funda, rechilieu e renda de bilro, em tecidos com durabilidade como linho, cambraia de linho, malha de algodão e couro ecológico. Com isso, resultando em um estilo despojado, mas com elegância, e a regionalidade rompendo fronteiras numa linguagem estética encantadora e universalmente agradável.
Batizada de DesataNó, a coleção de entrada da Aboyê chega com a simbologia de abertura de caminhos, inaugurando um novo momento, em que abandona o berço conceitual e entra no mercado, colocando pela primeira vez suas peças à venda via site. As peças nascem da collab com as cooperativas Rendavan, em Candeias/BA, de rendeiras de bilro representada por D. Dinoélia, dona do título de mestra imortal e quinta geração de rendeiras de sua família; e Crochê, realizada por mulheres do bairro de Tancredo Neves. Entre as peças estão calças, camisas, saias, blusas, vestidos e batas, perfeitas tanto para o casual quanto para o sofisticado, e donas de uma vocação facilmente reconhecível: a de roubar o olhar para o detalhe, revelando que a roupa carrega identidade, apuro estético e história. O branco e o cru predominam entre as cores e dão destaque ao traçado evolutivo do rechilieu industrial, ao crochê e às rendas de bilro originais.
Luciano Santana, responsável pela criação das peças e pela pesquisa de comportamento que origina as coleções, conta que o nascimento da Aboyê o faz sentir como um filho que honra seus pais e avós e os considera reis e rainhas. “Queremos que as pessoas que irão usar nossas roupas se sintam lindas, exclusivas, especiais e orgulhosas de carregar e honrar a produção de mulheres artesãs, que perpetuam técnicas e saberes ancestrais”, declara.
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