Marcos Mion em Salvador. Foto: Luís Guimarães

Salvador recebeu na noite da última quinta-feira (09), a première do filme MMA – Meu Melhor Amigo, protagonizado pelo ator e apresentador Marcos Mion, no UCI Shopping da Bahia. No local, o comunicador foi recepcionados pelos fãs e imprensa baiana, onde tirou fotos e conversou com várias famílias. Em papo exclusivo com o Anota Bahia, Mion discorreu sobre poder unir dois pontos fundamentais na vida dele – o fato de ser pai atípico e o valor da atividade física – no longa e promover o debate diante das telas. Max Machadada, personagem de Mion, é um lutador de MMA que descobre que é pai de um menino autista de oito anos.

“Você percebeu tudo. Quando eu entendi que eu ia conseguir de fato fazer um filme, eu quis juntar os dois pilares mais importantes de referência que eu tenho na vida. Um é meu filho, Romeo, que ser pai atípico me moldou, transformou a minha vida. Eu não estaria aqui, eu não seria quem eu sou, eu não teria realizado tudo que eu realizei se eu não tivesse tido o Romeo. Não que eu não ame igualmente meus outros filhos e que eles não sejam tão importantes quanto, mas o Romeo foi meu primeiro filho. Eu tinha 23 anos e recebi o presente de um filho especial”, disse Mion.

Ainda sobre a mudança em sua vida, após a chegada de Romeo, o ator destacou como foi se adaptar e aprender que todos os planos que ele tinha para a paternidade seriam outros. “A maioria dos pais falava ‘ vou jogar bola com meu filho, vou levar meu filho pra cá pra lá’ sem jogar tudo isso fora, sem olhar pro seu filho, Pegar na mão dele e resolver escrever uma história do zero, juntos, e isso é muito rico, isso é muito desafiador, isso faz o menino se transformar num homem. Então esse é um pilar que tinha que ter no filme [atividade física e relacionamento com o filho], tudo que eu faço hoje eu incluo o autismo de uma forma, porque é o propósito que Deus me deu, ser porta-voz do meu filho e consequentemente pela minha carreira dos mais de dois milhões de autistas que existem no nosso país”, contou o ator.

Mion explica que a escolha pelo enredo envolvendo a luta aconteceu pela sua paixão pelo Rocky Balboa, icônico personagem estrelado por Sylvester Stallone. “Rocky Balboa pra mim é a bíblia da humanidade, tudo que você precisa aprender na vida você vai achar em algum dos filmes do Rocky, então a gente fez um filme de um lutador que é parte de uma criança autista e eu acabei criando o meu próprio Rocky Balboa”, expôs.

Em seguida, ainda em conversa com a reportagem do site, o ator e apresentador, falou como o filme pode ajudar quem está esperando um filho autista. Mion reforça que sabe que é um ponto fora da curva, por não ter sentido nenhum tipo de ‘choque’ quando recebeu a notícia que seria pai atípico, mas que o filme retrata exatamente um homem que está aprendendo como conviver e conversar com seu filho, do zero.

“Eu tenho que ser sincero com você cara, pra mim nunca foi um choque, eu entendi muito rápido qual que era o meu propósito. Eu queria meu filho mais do que tudo nessa vida, não me interessava se ele vinha típico, atípico, se ele vinha verde, se ele vinha azul, qualquer tipo de deficiência não me interessava, eu queria ter aquele filho porque eu queria ter aquela relação. Eu sei que eu sou um ponto fora da curva e por isso que o filme retrata um homem que tem essa dúvida. O filme retrata o Max Machado que é um cara que não queria ser pai e é um cara que em alguns momentos tem dúvida se ele vai conseguir levar aquilo adiante. Tem momentos que ele quer desistir porque a grande realidade do povo é essa. Eu não sou um ponto de referência nesse quesito exato, mas o filme é, porque o filme levanta esse debate, porque a grande maioria das famílias atípicas passam por isso”, afirmou o ator.

“Eu tenho esse conhecimento por conviver, por conversar e tenho todo o respeito por isso e quero sim que esse filme também sirva como uma forma de exemplo para homens que abandonam, que ainda há tempo de voltar, sempre há tempo de voltar, sempre há tempo de assumir sua responsabilidade como homem, como pai, porque quem ama, fica, quem é homem, fica, assume suas responsabilidades e que se esse filme der um estalo em alguma pessoa nesse sentido já vale”, finalizou Marcos Mion.

O filme acompanha Max Machadada (Marcos Mion), considerado o maior campeão de MMA do mundo, que enfrenta o declínio de sua carreira, enquanto se recupera de uma lesão séria no ombro que o mantém afastado do ringue há alguns anos. Nesse período, ele recebe a notícia que é pai de um menino autista de 8 anos, e então descobre que precisa enfrentar vários desafios: compreender seu filho e conquistar seu carinho, ressignificar seus valores e se preparar para a maior luta da carreira, a sua última chance de uma grande volta.

Marcos Mion. Foto: Luís Guimarães

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