Tainá Santos. Foto: Carla Galrão/Ascom SecultBA

Nesta sexta-feira (4), a artista e produtora cultural Tainá Santos tomou posse como presidenta do Conselho Estadual de Cultura da Bahia, em cerimônia na sede do órgão, no bairro do Canela, em Salvador. Conhecida também pelos nomes artísticos MAIT e Kaolin, ela é a terceira mulher a ocupar o cargo e tem uma trajetória marcada pela potência da cultura de base, assim como, pela luta constante por representatividade e visibilidade.

Suas áreas de interesse são as questões de gênero, capoeira e a invisibilidade das mulheres nas batalhas de rima do Recôncavo. Na prática, seu ativismo cultural é marcado pela escuta, pela ação direta e pela defesa de políticas públicas inclusivas e plurais. “A minha chegada ao Conselho é sobre quebrar paradigmas. Sou uma mulher preta, bissexual, do Candomblé, da zona rural, com TDAH e TEA. Represento um monte do que incomoda a sociedade”, destacou Tainá.

Eleita junto ao vice-presidente Pedro Son, a artista representa a nova geração de agentes culturais que ocupa o colegiado com o compromisso de renovar e democratizar os espaços institucionais da cultura no estado. “A experiência de Pedro Son somada à renovação representada por Tainá representam comprometimento com pautas históricas concomitante com os desafios do atual momento das políticas culturais na Bahia”, declarou Bruno Monteiro, secretário estadual de Cultura da Bahia.

Trajetória de Tainá Santos

Após ser diagnosticada com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro Autista (TEA), a artista começou a transformar o conteúdo escolar em poemas para facilitar o próprio entendimento. Em 2018, passou a organizar batalhas de rap e eventos culturais, muitas vezes com recursos próprios. Estudante de História na UNEB, em Santo Antônio de Jesus, Tainá também é Abiã de Candomblé, artista da 7KMob, assessora de artistas e produtora da Gangcity e da Rede RUA.

Incentivada por colegas da Rede RUA, passou a participar das discussões e se candidatou como conselheira, representando o território de identidade do Recôncavo. “Sou neta de costureira, bisneta de lavrador, filha da roça. Toda a minha família tirou o sustento da terra. Somente meu tio completou o ensino superior e agora está no doutorado. Venho desse lugar, mas não estou sozinha. Trago comigo um território, história e luta. Represento todos que achavam que esse lugar não era para eles”, conta Tainá.

Tainá Santos. Foto: Carla Galrão/Ascom SecultBA

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