Nascido e criado em Periperi, no subúrbio de Salvador, o modelo Elson Lima, de 24 anos, iniciou a carreira de forma inesperada em 2019, quando foi abordado por um olheiro após um serviço de jardinagem no bairro de Escada. Sem imaginar que poderia seguir esse caminho, Elson desconfiou da proposta, mas acabou descobrindo um projeto social voltado à moda em sua própria comunidade. “Tanto eu quanto a minha família não imaginávamos que o mercado da moda tinha portas abertas para pessoas negras. Para mim, modelo era coisa de gente loira e branca”, disse em entrevista ao G1.
Após participar de ensaios fotográficos em Salvador, Elson chamou a atenção de agências de São Paulo e se mudou para a capital paulista para investir na nova carreira. O primeiro trabalho de destaque foi para a Riachuelo, com um cachê de R$8 mil, valor que o surpreendeu. “Eu nunca tinha pegado R$2 mil de vez na mão. Falava para o meu irmão: ‘Vou pegar esse dinheiro, volto pra Salvador, compro uma moto e viro mototaxista’. Olha como a minha mente era limitada?”, contou.
Durante a pandemia, o modelo ampliou o portfólio e realizou campanhas para marcas como C&A, Renner, Hering e Mr. Cat. O sucesso nacional abriu portas no exterior, com trabalhos na Alemanha e em Londres para empresas como Snipes, Paladium, Zalando e ASOS. “A neve é bonita, mas é muito perrengue. Saíam −7°, −2°. Eu botava todos os casacos que tinha e o frio não passava”, relatou sobre o desafio de viver o inverno europeu.
Atualmente morando em São Paulo, Elson já desfilou no São Paulo Fashion Week para a marca Dendezeiro e para grifes como Calvin Klein, John John e Ellus. Mesmo com o reconhecimento internacional, ele mantém o vínculo com suas origens. “É onde está minha família, minhas raízes, minha fonte de energia. Eu amo esse lugar”, afirmou. O modelo sonha agora em desfilar para grifes como Louis Vuitton, Dolce & Gabbana e Versace.
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