O nome de Erica Rusch permeia como referência dentro do Direito Ambiental já há algum tempo. Tamanha dedicação profissional, com engajamento nas causas ligadas a sustentabilidade, fez com com que a advogada fosse reconhecida na Bahia e também nacionalmente. Casada com um advogado e mãe de três filhos, ela se divide para manter sua atuação com firmes propósitos inspiradores, sem deixar de lado toda a importância que dá ao legado familiar que tem construído.
Com rotina de escritório intensa, agenda de viagens repleta por participações em congressos e palestras, ela abriu uma brecha e atendeu a reportagem do Anota Bahia para comentar sobre sua visão atual no que engloba o protagonismo feminino nos negócios e na justiça do nosso estado.
“O mercado tem mostrado que não abrirá mão da participação da mulher e por conta disso esse espaço tem sido ampliado. O ideal seria que esse espaço estivesse se abrindo pelo reconhecimento da importância da participação da mulher e não apenas pela imposição no mercado. Mas sei que isso é um processo de construção e que requer tempo para atingirmos o panorama ideal”, analisa Erica.
“A minha percepção quanto ao mercado da Bahia é que ainda há uma importante barreira cultural para ser enfrentada por não existir estímulo à participação da mulher, apesar de termos importantes avanços nos últimos tempos”, completa ela. Erica também comenta sobre os desafios que precisam ser superados, em sua visão. “Considero que nós mulheres ainda temos muitos desafios no mercado. Um importante desafio é distribuir de forma proporcional (veja que não falei igual), os papéis das pessoas na família e na sociedade. A distribuição proporcional de tarefas é fundamental para a participação de todos no mercado”, contabiliza ela. “Além disso, as principais posições de poder ainda são ocupadas predominantemente por homens e isso faz com que esses ambientes funcionem de acordo com a dinâmica desse perfil. É importante adequar o ambiente à realidade física, biológica e emocional da mulher para haja conforto e segurança nessa participação”, defende.
Erica também discorre sobre conselhos que podem ser escutados pelas mulheres que estão no início dessa jornada profissional. “Meu principal conselho é ter autoconfiança. Acreditar no seu potencial e não abrir mão de seu espaço. Não permitir que a resistência à inserção da mulher desencoraje a realização do desejo de participação”, enfatiza. Várias vezes eleita a advogada mais admirada na Bahia pela atuação com Direito Ambiental, ela fala sobre o processo de furar essas barreiras. “A minha profissão de alguma forma me preparou para enfrentar esse desafio. A advocacia nos dá instrumentos e estratégias para defender nossos interesses. Sem dúvida essa formação contribuiu muito para esse resultado. E com isso entendo que nós como advogadas temos um compromisso ainda maior com a sociedade para consolidar este espaço feminino”, relata.
Por fim, Erica comenta sobre a relação entre a sustentabilidade e o feminino, seja no aspecto social e no mercado de trabalho. “A mulher é a grande responsável pela geração da vida e tem uma vocação natural para olhar para as gerações futuras. Esse instinto natural sem dúvida coloca a mulher em uma situação de protagonismo na âmbito da sustentabilidade”, diz, também relembrando sobre o protagonismo feminino natural diante da vida. “No aspecto social essa posição a coloca na direção do desenvolvimento da conscientização. No mercado de trabalho, consequentemente, a mulher tem tido uma posição de destaque e tem se tornado crescente sua inserção no mercado”, celebra.
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