O Balé é uma dança que exige muita dedicação, precisão e excelência. É exatamente com essas virtudes que as empresárias, Karyne Lacerda e Anna Cristina Gonçalves, se mantém como dirigentes de uma empresa fundada há 61 anos, somente por mulheres. A Ebateca é uma instituição que leciona a dança e forma bailarinas que saem para o mundo para viverem também profissionalmente da arte. Além disso, as lideranças e gestões, das unidades espalhadas pela Bahia, são todas formadas por mulheres, sempre focadas em exercer a força, coragem e determinação, elevando o patamar para uma respeitabilidade nacional.
Pensando em toda essa representatividade feminina dentro da instituição, o Anota Bahia conversou com as duas empresárias acerca do desenvolvimento da mulher, em meio a ambientes que são majoritariamente masculinos, e sobre suas perspectivas na temática.
Segundo Anna Cristina, a busca consciente de felicidade e bem-estar tem se tornado uma prioridade para as mulheres dentro do mercado de trabalho e da arte. Além disso, ela enfatiza que o conhecimento se tornou um recurso essencial para todo esse processo, e tem se aliado a propósitos mais claros e definidos. Sendo assim, se tornando uma fonte de energia capaz de potencializar ainda mais a força da mulher. “Amor, liberdade, alegria e conhecimento, formam a felicidade que é a essência da vida”, afirma. Já Karyne, que também atua como professora e coreógrafa, analisa que as mulheres estão cada vez mais presentes em todos os segmentos. Em comparativo, ela conta que antigamente via muito a figura feminina na educação, dentro do papel de professora, mas que hoje já percebe mulheres no segmento artístico e no empreendedorismo.
Trazendo para sua realidade, a professora explica que a dança, até então, é um universo com uma maior participação feminina. “Se faz referência à sensibilidade e a sutileza que tem dentro da arte, e que muitas vezes é feminino. É preciso essa natureza do artista e da mulher que dança”, conta. No esporte, entretanto, ela entende que acontece o inverso, a natureza traz a participação da vitalidade e força masculina, mas que ela enxerga uma tendência de equilíbrio entre as duas partes, com a mulher buscando ter uma atitude mais decisiva e com sua própria vitalidade. Assim, se desdobrando para outros setores, como o segmento empreendedor. Além disso, tudo isso ajuda a promover um mercado de mais competitividade e capacidade, transferindo essas naturezas “masculinas”, para o feminino. “Esse equilíbrio das oportunidades e do comportamento, eu vejo que são grandes desafios para a gente ir superando”, comenta.
Em seguida, Anna Cristina conta que a inserção de mulheres em projetos artísticos, como o Balé da Ebateca é um fator que pode ser muito importante para o desenvolvimento de um foco e confiança maior, que são virtudes importantes para qualquer área de atuação. “Através do desenvolvimento da dança, estimula-se a disciplina, habilidade de comunicação e senso de confiança física e mental, peças fundamentais para o autoconhecimento e autoconfiança”, declara.
Por sua vez, Karyne explica como essa confiança e desejo de fazer mais e participar se desenvolve por meio da dança e da arte em coletividade e da filosofia do Balé, que traz a ideia de superação, determinação e de apoio ao outro. “Até então a gente tinha um público feminino adulto bastante expressivo, mas que ficavam em sala de aula, a realização era velada. Agora a gente vê a cada ano essas mulheres adultas subindo no palco e se realizando de maneira desafiadora. Porque sabemos que subir ao palco e se submeter ao olhar de uma plateia, muitas vezes com críticas, censuras e admirações, mostra o quanto essa mulher é valente e corajosa. Ali está a própria materialização do que ela é enquanto mulher e enquanto profissional”, conta.
Por fim, a coreógrafa reforça que a figura feminina vem avançando muito na questão do estudo, conhecimento, foco, detalhamento e encorajamento político. “A mulher tem se tornado cada vez mais corajosa e mais destemida nos seus desejos e vontades, e naquilo que ela entende que pode trazer bem para ela e para os que estão em seu entorno”, expõe. Karyne também ressalta que vê o feminino crescendo no mercado de trabalho e no mundo corporativo. “Nessa posição da mulher como uma grande mantenedora, que sempre foi dentro de casa, agora é uma mantenedora que atua em casa e fora de casa. É um campo que as mulheres estão desbravando de forma muito sábia, aliando a sensibilidade, coragem e autoconfiança que ela precisa ter sobre seus próprios desejos”, conclui a empresária.
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