Em entrevista publicada pelo Estadão, na última quarta-feira (17), Gilberto Gil conversou alguns detalhes relacionados a sua aposentadoria dos palcos, que acontecerá após uma turnê marcada para o próximo ano. O artista baiano falou de seus motivos e outros aspectos de sua grande obra.
Ao falar sobre sua aposentadoria, Gil revelou ter tomado a decisão de “dar uma freada nesse processo que se tornou regular de excursões sucessivas e intensas” para aproveitar melhor o tempo, entendendo a necessidade de ficar mais em casa, por exemplo. Além disso, “as contingências de mercado” foram outros fatores. “Eu não sou mais um artista da vez, não é? Minha vez, nesse sentido do grande interesse mercadológico”, frisou.
A ideia de fazer sua última turnê em 2025 “já vinha amadurecendo” e o excesso de demanda exigida pelo mercado auxiliou na decisão final. Apesar disso, Gil ainda sente prazer em estar no palco, entretanto “o fato do prazer ser dividido com a ocupação já entra um outro elemento. É um outro ponderável”.
Gilberto Gil seguirá fazendo música, mas seguirá o movimento atual onde os lançamentos de singles na indústria fonográfica são mais frequentes do que a produção de álbuns completos. Ao falar sobre a permanência de sua obra na história da música, o artista descreve seus “50 e tantos, quase 60 discos, e 700 obras musicais” como “Um acervo enorme de opiniões dadas, de manifestações feitas”.
Falando sobre preservação de seu trabalho e o de outros artistas, Gil estende o debate e cita que “pensar nessa coisa de inteligência artificial é obrigatório. É uma reflexão que toda a sociedade tem de fazer, especialmente os criadores e detentores da autoralidade. Como remunerar o trabalho, como preservar a dignidade do autor.
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