Vriesea serraourensis. Foto: Ascom/Sema

Na última quinta-feira (06), o periódico cientifico Phytotaxa publicou um artigo sobre uma expedição que encontrou uma nova espécie de bromélia, chamada Vriesea serraourensis, na região da Chapada Diamantina, na Bahia. A expedição foi realizada por pesquisadores botânicos nas áreas do Morro do Ouro e do Morro da Torre, que ficam na divisa entre os municípios de Barra da Estiva e Ituaçu. A espécie cresce em solos rasos sobre rochas de quartzito e pode atingir de 160 a 220 cm de altura. Seu agrupamento de folhas é formado por 12 a 16 folhas, bem diferente de outras espécies similares encontradas na região.

Segundo o artigo, a planta apresenta folhas longas, de 45 a 55 cm, e uma conjunto de flores dispostas em um sistema de ramificação único, com ramos laterais formando ângulos de 30° a 45° com o eixo principal. Suas flores, que se abrem à noite, exalam um cheiro semelhante ao de alho. Apesar de ser uma descoberta animadora, a Vriesea serraourensis já é considerada uma espécie criticamente ameaçada de extinção, conforme analise realizada pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora).

“Inicialmente, não conseguimos identificar a espécie com precisão, limitando-nos a classificá-la no gênero Vriesea, embora houvesse suspeita de tratar-se de uma possível nova espécie para a ciência. Após um estudo aprofundado das espécies correlatas dentro do gênero, confirmamos que se tratava de uma espécie inédita. Após revisar a literatura e consultar herbários, conseguimos concluir a descrição da nova espécie, que batizamos com o nome do morro onde ela ocorre”, conta Everto Hilo, um dos autores do artigo e professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Vale ressaltar, que a expedição ocorreu dentro do Programa Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (Pró-Espécies) do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), no âmbito Plano de Ação Territorial (PAT) Chapada Diamantina-Serra da Jiboia, coordenado pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) em colaboração com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), além de outras entidades parceiras, que ao longo dos últimos cinco anos tem ajudado a proteger espécies ameaçadas na região.

Chapada Diamantina. Foto: Marcello Fontes

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