Esta semana com a inauguração da nova Praça Cairu, no Comércio, que foi requalificada pelo poder municipal, veio a tona, novamente, a história da reconstrução do “Monumento à Cidade de Salvador”, do artista plástico Mário Cravo Júnior, que figurava o local desde 1970, e que sofreu um incêndio em dezembro de 2019. A peça havia sido construída em fibra de vidro e estrutura metálica e media 16 metros de altura. De um lado está a prefeitura da cidade, que logo após o incidente, se comprometeu em refazer o monumento com sua configuração original, contando com o apoio de uma parte da família do artista. Do outro, está outra parte da família que pede o pagamento – de cerca de R$ 1 milhão – para a liberação dos projetos originais da escultura.
No meio disso, mas distante disto, estão os órgãos envolvidos com patrimônio artístico e cultural, que defendem um ponto final na história. Em conversa com o Anota Bahia, Bruno Tavares, Superintendente do IPHAN no estado, pontua que como a obra foi totalmente destruída, não há lógica em reconstruir uma réplica: “A recuperação de um patrimônio se dá quando ele sofre danos, não quando é totalmente destruído. Não se pinta um quadro novamente, só porque há um pintor com traços parecidos com o original, porque isso se configura como uma cópia”, disse. João Carlos de Oliveira, do IPAC, segue a mesma linha de pensamento e faz uma sugestão: “Uma ótima alternativa para essa situação é que haja um concurso cultural, a cidade está carente disso, para que um artista possa executar uma obra contemporânea e o local volte a contar com um marco artístico”, pontua.