Júlio Travessa. Foto: Sandra Travassos

Em celebração aos 58 anos da Associação dos Magistrados da Bahia (Amab), que ocorre nesta sexta-feira (24), o portal A Tarde realizou uma entrevista exclusiva com o desembargador Júlio Travessa, presidente da associação. Para o magistrado, não há muito o que se comemorar diante do cenário baiano de insegurança nos fóruns, escassez de assessores e sistema de Processo Judicial Eletrônico precário.

“Os juízes não conseguem assinar os alvarás, não conseguem assinar as decisões. As audiências caem. A magistratura da Bahia só vai sair da UTI no dia em que ela passar a ser representada verdadeiramente pelo seu gestor”, lamentou o desembargador e afirmou que a categoria não é ouvida pelo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Nilson Castelo Branco.

De acordo com o presidente da Amab, a situação dos magistrados da Bahia é a pior possível. “O magistrado da Bahia não tem segurança para exercer a sua atividade. Não há detectores de metais na Bahia toda, nem mesmo no fórum criminal daqui de Salvador. A internet não funciona. A empresa de internet contratada pelo Tribunal de Justiça não atende às necessidades dos magistrados”, compartilha. O presidente também revela que há um setor de informática totalmente inoperante, tornando o Processo Judicial Eletrônico deficitário.

O desembargador Júlio Travessa também critica a segurança do magistrado, que fica totalmente exposto, não havendo segurança pública nem segurança privada. “Se você chegar no Fórum Criminal Carlos Souto, você entra com facilidade na sala onde o magistrado está. Qualquer pessoa”, se preocupa.

Julio Travessa. Foto: Reprodução.

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