A Chácara Baluarte, localizada no Santo Antônio Além do Carmo, está recebendo a primeira edição do festival Negritudes Globo em Salvador, nesta quinta-feira (18). O evento já foi realizado no Rio de Janeiro e em São Paulo e possui o objetivo de compartilhar a relação entre a cultura negra e a comunicação.
O painel “Narrativas orais como forma de resistência” dialogou sobre a força das histórias contadas ao passar das eras. O ator Amaury Lorenzo, a atriz Elisa Lucinda e o líder sociocultural de Cachoeira, Valmir Boa Morte, participaram do painel mediado pela jornalsita Tarsila Alvarindo.
Após uma leitura de versos realizada por Elisa Lucinda para reforçar a importância da oralidade e contação de histórias, Amaury trouxe relatos oriundos de seu trabalho como professor de teatro, observando a dificuldade de jovens negros da periferia carioca em ter acesso a arte.
“A gente precisa de um aparato político e social para abraçar esse jovem através da arte e através da educação, em que esse jovem é transformado. Mas a gente precisa viabilizar isso. Ele precisa de passagem [de transporte] , precisa comer”, comento o ator. Além desses aspectos, Amaury lembrou de outros problemas como a violência recorrente nas comunidades.
“Oralidade é tecnologia sofisticada, tecnologia de ponta. Eu sou professor de artes cênicas na rede pública no Rio de Janeiro, trabalhei por 18 anos e optei por atuar com a comunidade preta, LGBTQIA+, por vocação. A questão da oralidade é o que transforma, na força da palavra o jovem conta a vida dele”, disse.
Os participantes do painel contaram algumas histórias relacionadas a suas origens e como conversas ouvidas de seus avós e outras pessoas mais vividas, sobre assuntos relacionados a sua ancestralidade, influenciaram nas suas áreas de atuação.
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