Nesta quinta-feira (17), é comemorado o Dia Mundial de Combate à Dor, que busca alertar a população sobre a dor crônica e apontar os caminhos possíveis para viver com mais qualidade. Diferente da dor aguda, que desaparece quando o corpo se recupera após o tratamento adequado, a dor crônica persiste mesmo após a resolução de uma lesão tecidual aguda ou pode estar associada a uma lesão que não se cura. Pensando na temática, os ortopedistas David Sadigursky e Thiago Alvim, sócios da Clínica Omane e pesquisadores na área de terapia celular, explicam sobre a questão.
“A dor crônica pode ter diversas causas, geralmente associadas a doenças degenerativas, lesões mal curadas ou condições que não foram tratadas de forma adequada. Em alguns casos, a dor pode persistir mesmo sem um estímulo físico evidente, como uma lesão tecidual, sendo interpretada diretamente pelo cérebro. Entre os exemplos mais comuns de dor crônica estão artrose, tendinites, bursite, hérnia de disco, lesões por esforço repetitivo, sequelas de acidentes, fibromialgia, danos nos nervos, câncer e dores prolongadas após cirurgias”, afirmam.
Segundo os pesquisadores, a rotina das pessoas que sofrem com dor crônica é profundamente afetada, limitando a realização de atividades diárias e prejudicando as relações sociais e de trabalho, muitas vezes evoluindo para isolamento e depressão. “O maior desafio da ortopedia regenerativa contemporânea está em conseguir estimular a capacidade natural do corpo de se regenerar e reparar tecidos danificados. Dessa forma, buscamos resolver a causa subjacente da dor, em vez de nos limitarmos a apenas controlar os sintomas”, destaca David Sadigursky, ortopedista com foco em intervenção da dor com estudos em terapia celular.
Para realizar um diagnóstico correto da dor crônica, é necessário mapear os sintomas, fazer uma análise clínica detalhada e solicitar exames para confirmar a suspeita diagnóstica. “Diante do avanço da medicina diagnóstica e das alternativas de tratamento minimamente invasivas, é possível reduzir, em muitos casos, a necessidade de cirurgias. A primeira opção sempre é o tratamento conservador e, para isso, dispomos de tecnologia de ponta para intervir na dor de forma precisa e personalizada”, afirma Thiago Alvim.
O tratamento de dores crônicas pode incluir diversas abordagens, como terapias ortobiológicas e tecnologias avançadas, que permitem adaptar as intervenções de acordo com as necessidades específicas de cada paciente e promovem uma melhora significativa da saúde musculoesquelética.
Segundo os médicos, as terapias biológicas mais pesquisadas e utilizadas na ortopedia são o PRP (Plasma Rico em Plaquetas), que utiliza as próprias plaquetas do paciente para acelerar o processo de cicatrização e regeneração dos tecidos, e células mesênquimais (células-tronco), que são usadas para promover a regeneração de tecidos danificados e têm mostrado resultados promissores no tratamento de lesões ortopédicas e doenças degenerativas.
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