Senzala do Barro Preto. Foto: Reprodução.
Senzala do Barro Preto. Foto: Reprodução.

Nesta sexta-feira (21), o prefeito de Salvador Bruno Reis, e a vice-prefeita Ana Paula Matos, também secretária municipal de Cultura e Turismo (Secult), assinaram a ordem de serviço que dá início às obras de requalificação da Senzala do Barro Preto. Localizado no Curuzu, espaço é sede do bloco afro Ilê Aiyê, que completou 50 anos no ano passado. Com investimento de R$5 milhões, serão feitas diversas melhoras estruturais, com implantação de climatização, acessibilidade e tratamento acústico. O projeto foi elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) e o prazo para conclusão está previsto para meados do segundo semestre.

As ações visam projetar ainda mais as ações do Ilê, como a Escola Mãe Hilda, que funciona na sede. O objetivo é possibilitar que a Senzala possa ser mais um espaço Boca de Brasa, estimulando coletivos artísticos. “Vamos juntos construir praticamente uma nova sede. E mais importante do que esta obra que nós vamos realizar são os serviços que serão oferecidos às pessoas daqui do Curuzu, da Liberdade e de toda Salvador. Hoje, esse local, que é o berço da resistência da nossa cidade, já realiza um lindo trabalho social. Mas nós vamos somar forças para ampliar isso”, ressaltou Bruno Reis.

“A ideia é que aqui também seja um centro profissionalizante. A Prefeitura está na iminência de assinar o contrato com o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), onde nós vamos ter recursos para a qualificação de mão de obra. E vamos aproveitar essa estrutura aqui existente para qualificar profissionais da área da cultura. Além da escola (Mãe Hilda), também iremos oferecer, no contraturno para as crianças, os serviços da Fundação Cidade Mãe”, acrescentou o prefeito.

Segundo a presidente da FMLF, Tânia Scofield, além da climatização no salão principal e em toda a sede do Ilê, o projeto irá promover mais acessibilidade, com rampas de acessos, recuperação do sistema elétrico (que possui pontos comprometidos), instalação de sistema de incêndio, ampliação do sanitário feminino e construção de sanitário PCD. “Além da recuperação da área do salão de dança e salas de curso, as obras ocorrerão na fachada, no portão de ferro que tem um desenho artístico e está comprometido em vários pontos, assim como pintura geral. Ou seja, a gente vai requalificar totalmente a sede do Ilê e torná-la, na verdade, um espaço adequado como esse grande bloco afro merece”, destacou Tânia.

“Tivemos muitas propostas para o Ilê, quando começou a crescer, a sair daqui do Curuzu e ir para outro bairro, mas eu resisti. Somos o maior centro cultural, não só da Bahia. A maioria dos profissionais formados, entre cantores, dançarinos e percussionistas, chegou aqui com seis, sete anos. Muitos deles estão morando fora do Brasil, dando continuidade a esse trabalho que chamo de Revolução dos Tambores. A Senzala é um lugar de entretenimento, educação, de parcerias. Então, estou muito feliz por essa parceria com a Prefeitura que vai ampliar tudo o que já desenvolvemos”, disse o Vovô do Ilê, fundador e presidente do bloco.

Senzala do Barro Preto. Foto: Reprodução.
Senzala do Barro Preto. Foto: Reprodução.

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