Projeto Corais de Maré. Foto: Divulgação

Desta segunda-feira (9) até a sexta-feira (13), a cidade de Nice, na França, estará recebendo a 3ª Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Representando a Bahia, o projeto Corais de Maré utiliza o plástico e outros materiais para potencializar o crescimento da espécie de coral Millepora alcicornis. Com o uso de uma tecnologia inovadora, a iniciativa já promoveu a recuperação em uma área de 7 mil m² no fundo do mar da região. Até então, o projeto já transplantou 2.285 colônias de corais na Baía de Todos-os-Santos, sendo 685 delas apenas entre 2024 e 2025.

Desenvolvido pela Carbono 14, em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e o Instituto de Pesca Artesanal de Ilha de Maré (IPA), com patrocínio da Braskem, o Corais de Maré alcançou em três anos de atividades excelentes resultados com o uso do polietileno na aceleração do crescimento vertical dos corais. O projeto será apresentado ao embaixador dos polos e dos assuntos marítimos da França, Olivier Poivre d’Arvor, pelo CEO da Carbono 14 e idealizador da iniciativa, José Roberto Caldas, mais conhecido como Zé Pescador.

“Nunca imaginei ser convidado pela embaixada francesa a participar da Conferência dos Oceanos, por causa do trabalho com o Corais de Maré. Fico feliz que as pessoas vejam o valor no que a gente está fazendo”, orgulha-se Zé Pescador.

A taxa de sucesso nos berçários é, também, motivo de comemoração. Apesar da maior onda de calor da série histórica, registrada em 2024, apenas 185 das 667 colônias instaladas até maio do ano passado sofreram branqueamento, e apenas 19 não resistiram — uma taxa de mortalidade de apenas 3%. Isso representa um índice de sucesso de 97% nos berçários.

“A estimativa de crescimento dos corais numa profundidade de cerca de 4,5 metros é de quatro centímetros ao ano. Contudo, com a nossa técnica de aceleração de crescimento, atingimos médias que variam de 10,8 a 7,8 centímetros em 167 dias, dependendo do material que utilizamos. Com o polietileno, por exemplo, uma colônia atingiu 15,5cm em menos de 6 meses”, conta Igor Cruz, professor de Oceanografia Biológica do Instituto de Geociências da UFBA e que atua no projeto.

Baía de Todos os Santos
Baía de Todos os Santos. Foto: Priscila Almeida.

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