Queijeiros Baianos conquistam 114 medalhas no XVII Enel. Foto: Divulgação.

Entre os dias 26 a 28 de outubro, aconteceu o XVII Enel – Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados, realizado em Campina Grande, na Paraíba. O evento contabilizou 764 produtos inscritos de estados nordestinos, dentre os quais mais de 300 foram produtores da Bahia. Das 236 premiações, 114 foram conquistadas por queijeiros baianos. Juliana Antunes, analista técnica da Coordenação de Agronegócios do Sebrae Bahia, aponta que houve um grande avanço desde a edição do ano passado, realizada em Vitória da Conquista. “Como gestora, fico muito orgulhosa com essas premiações, porque coordeno a nível estadual este segmento. Esse número expressivo de produtores da Bahia premiados é uma soma de esforços e ações que a gente vem estruturando ao longo do ano”, conta. A analista ainda fala que a Bahia está vivendo uma revolução queijeira, se destacando no Nordeste como uma grande referência.

O proprietário da Queijaria e Fazenda Licurizal, em Santanópolis-BA, João Tavares Flores Campos, produz um queijo autoral, nomeado de “Clodoaldo”, em homenagem ao avô, que lhe rendeu medalha de ouro no Enel da Paraíba. Um mês antes, em setembro, participou do Mundial de Queijos da França, quando foi agraciado com medalha de bronze. Já no Mundial do Brasil, em 2022, levou medalha de ouro. “O Enel da Paraíba foi um divisor de águas para o cenário do queijo artesanal nordestino. A gente viu um aumento na quantidade de produtos e, em grande parte, isso é graças ao Sebrae que ajudou produtores nordestinos, especificamente baianos. Uma grande quantidade de produtores dominava pouco a técnica de produção de queijos, mas graças às capacitações do Sebrae conseguiram aperfeiçoar”, declara.

José Eval Carneiro, dono da Fazenda Caldeirãozinho, em Nova Fátima-BA, participou pela primeira vez do Enel em 2022, na edição realizada na Bahia, mas não foi premiado. Porém na edição deste ano, na Paraíba, inscreveu 17 queijos e 3 manteigas. Os queijos lhe renderam 9 medalhas (5 de bronze, duas de ouro e duas de superouro) e pelas manteigas, ganhou duas medalhas.

A maioria dos produtores de lácteos que concorrem nesses concursos, e estão sendo premiados, não tem nenhum tipo de registro junto ao sistema de inspeção. Isso acontece não pela falta de qualidade, mas pela burocracia envolvida no processo. “Temos trabalhado essa questão no Sebrae, apoiando esses produtores para que eles se adequem às leis vigentes, sigam trabalhando com boas práticas e mantenham a qualidade dos produtos”, afirma a gestora, Juliana.

XVII Enel, 2023. Foto: Divulgação.

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