Samuel Marques. Foto: Reprodução

Nesta segunda-feira (6), o cantor baiano Samuel Marques publicou, em suas redes sociais, que registrou o boletim de ocorrência sobre a ofensa racista que sofreu no último domingo (5), na unidade da Smart Fit na Graça, localizada próxima ao Clube Bahiano de Tênis. Enquanto treinava, um homem deferiu comentários pejorativos à sua aparência, afirmando que o artista parecia um “Urso do cabelo duro”.

Ao registrar o BO, Samuel reforça que é um passo fundamental para legitimar o que aconteceu: “Racismo não é mal-entendido, não é piada, não é exagero — é crime. Quando denunciamos, mostramos que não vamos mais aceitar que a violência contra pessoas negras seja tratada com normalidade ou invisibilidade”.

O caso foi denunciado na Delegacia Especial de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, da Polícia Civil da Bahia, no Engenho Velho de Brotas. “Eu decidi não me calar. Que essa luta sirva de exemplo: toda vez que alguém sofrer racismo, é preciso registrar, denunciar e exigir justiça. Racismo não se relativiza, não se justifica: se combate”, destacou Samuel.

Entenda o caso:

O cantor e professor de canto, Samuel Marques, foi alvo de racismo enquanto realizava o seu treino. Nas redes sociais, ele compartilhou o momento em que um homem começa a deferir comentários pejorativos à sua aparência. O agressor afirmou que o artista parecia um “Urso do cabelo duro” e, ao ser questionado pelo artista, voltou a dizer: “Lembra assim, o cabelo” e “Porque ele tem o cabelo assim”.

Bastante incomodado, enquanto o outro aluno tentava desconversar o ocorrido, Samuel apontou que as falas são racistas: “Que comparação infeliz é essa que você faz comigo? Não tem lógica você fazer esse tipo de comparação”, questionou ao homem, que tentou se defender alegando que seu genro também é preto. Prontamente, a vítima respondeu afirmando que isso não justifica a agressão.

“É severo, isso. É doloroso velho. Que diabo de país é esse? Que diabo de mundo é esse? As pessoas conseguem ser tão escrotas como as outras assim? […] Como é que pode ter tanta impunidade nesse Brasil? Eu estava saindo de casa de boa, só pra fazer meu treino. Ter que passar por situações como essa, eu estou cansado, sabe? As pessoas dizem que é ‘mimimi’ porque não passa na pele, não sabe o que é sofrer o racismo. O racismo dói, velho”, desabafou Samuel.

Segundo informações e relatos enviados ao Anota Bahia, o agressor já causou diversas outras situações de desconforto, dentro e fora da academia. O homem em questão já originou confusões ao tentar entrar como penetra em eventos e festas pela capital baiana. Além disso, já foi encaminhado à Delegacia dos Barris após se envolver em confusão dentro de um ônibus, ofendendo outros passageiros e uma outra pessoa que estava pedindo ajuda financeira no coletivo.

Ao falar com os funcionários da academia sobre a situação, Samuel foi informado que era algo recorrente e que outros alunos já haviam notificado reclamações em relação ao agressor. Em outros vídeos, ele revelou que tinha percebido uma movimentação estranha do homem, anteriormente. “Diversas vezes eu passava pela academia, eu via esse rapaz me olhando e eu ficava sem entender o porquê, até que hoje ele teve a coragem de falar tudo isso que vocês viram”, disse.

Samuel Marques. Foto: @oharafotos

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