A partir de 04 de novembro, a exposição “Ecos Malês”, inspirada na Revolta dos Malês, vai chegar ao 4º andar da Casa das Histórias de Salvador, localizada no Comércio. O movimento, ocorrido em 1835, é considerado o maior levante protagonizado por negros escravizados do país. O projeto conta com curadoria de João Victor Guimarães e co-curadoria de Mirella Ferreira, além de assistência de Ana Clara Nascimento, Breno Silva e David Sol; projeto expográfico de Gisele de Paula em diálogo com Gabriela Leandro Gaia.
A mostra visa reverberar as forças e os poderes dos negros escravizados e libertos em busca de liberdade, assim como destacar a contemporaneidade dos pilares filosóficos, estratégicos e poéticos presentes no movimento, articulado, em sua maioria, por negros islamizados. Além disso, a “Ecos Malês” prepara a cidade para o aniversário da Revolta, que completa 190 em 2025. Para João Victor Guimarães, a proposta da exposição e do equipamento cultural se relacionam.
“Pensar numa revolta também é pensar em trazer para o centro uma imagem e debate com pilares políticos, econômicos e filosóficos que não estão no centro do poder ou da visibilidade. Nesse sentido, teremos na exposição um núcleo chamado ‘Ruas da Revolta’, inspirado na proposta da CHS de trazer lugares importantes para a cidade de Salvador. No nosso caso, traremos pontos onde a revolta se desdobrou. São aproximações e elos que se retroalimentam e adquirem outros sentidos”, conta o curador.
Já Mirella Ferreira acredita que a a exposição dará a oportunidade de se caminhar por vestígios contemporâneos inspirados na herança histórica trazida pelo levante. “Esses ecos proporcionarão reflexões sobre as obras que fundamentam o pensamento intelectual dos artistas contemporâneos e os núcleos que sustentam a construção do pensamento expográfico: Ruas da Revolta, Encontrar e Inventar. Núcleos que narram uma história por meio de uma dança de encontro entre os visitantes e os ecos malês”, destacou a co-curadora.
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