Na última quinta-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, no cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Durante a cerimônia, que aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília, Lula citou os desafios do combate ao crime organizado, demonstrou confiança no novo ministro e falou das expectativas para a nova gestão.
De acordo com o presidente, Lewandowski deverá construir parcerias dentro e fora do país para enfrentar a “indústria do crime”, como ele mesmo define. Com isso, buscando fazer com que o governo federal construa uma parceira com os governadores para solucionar a questão. Além disso, Lula afirma que o crime organizado não está restrito à favela, cidade ou estado, mas sim algo que ultrapassa os limites do país. “Se a gente quiser pegar do futebol ao Poder Judiciário, a classe política brasileira, a classe empresarial, o crime organizado está metido e mancomunado com gente dos Estados Unidos, com o crime organizado da França, da Suécia, da Holanda. Ou seja, é uma multinacional com muito poder”, comenta.
Já para o novo ministro do MJSP, as organizações criminosas se infiltram até nos órgãos públicos. Assim, defendendo o trabalho de inteligência para identificar líderes e bloquear movimentações financeiras e patrimoniais que alimentam as estruturas do crime organizado. “Tal como ocorre em outras nações, o crime organizado começa a se infiltrar em órgãos públicos, especialmente naqueles ligados à segurança e a multiplicar empresas de fachada para branquear recursos obtidos de forma ilícita”, explicou.
Por fim, Lewandowski defendeu que é preciso superar a fragmentação federativa e estabelecer um esforço nacional conjunto para neutralizar a problemática. Também ressaltou a importância das políticas públicas sociais no processo. “Por isso, é escusado dizer que o combate à criminalidade e à violência, para ter êxito, precisa ir além de uma permanente enérgica repressão policial, demandando a execução de políticas públicas que permitam superar esse verdadeiro apartheid social que continua segregando boa parte da população brasileira”, concluiu.
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