O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, unanimemente, manter taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano pela quinta vez seguida, nesta quarta-feira (22). Em declarações à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou a manutenção da taxa e questionou a autonomia do BC.
“Essa insensibilidade do Banco Central só aumenta o desemprego e aumenta o sofrimento do povo brasileiro. Não dá para compreender essa decisão do Banco Central. Quando cair a taxa de juros fica mais fácil para o povo consumir, fica mais fácil para o empresário poder investir na agricultura, no comércio, na indústria”, frisou Rui.
Segundo o comunicado divulgado pelo Copom, “Os episódios envolvendo bancos nos EUA e na Europa elevaram a incerteza e a volatilidade dos mercados e requerem monitoramento” e o ambiente externo se deteriorou deste a última reunião do comitê, em fevereiro. O patamar de juros está no maior nível desde dezembro de 2016.
A taxa está no mesmo valor adotado em tempos de inflação na faixa de 10%, mas os últimos dados fecharam em 5,6% no acumulado de 12 meses. “Como você mantém a mesma dosagem amarga do remédio quando a inflação já caiu na metade? Hoje, o juro do Brasil é o maior do mundo. Nada se explica, não tem razão econômica, a não ser outra motivação, que eu não sei qual é”, criticou o ministro.
“Acho que o Congresso Nacional, que é a casa do povo brasileiro, precisa discutir isso seriamente. Um Banco Central independente não pode ser independente do povo e aliado dos que cobram os juros nas alturas. Acho que o Congresso precisa refletir. É insustentável essa teimosia e esse desserviço que o presidente do Banco Central [Roberto Campos Neto] está fazendo com o povo brasileiro”, afirmou rui sobre a autonomia da entidade, que entrou em vigor em fevereiro de 2021.
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