A revisão tarifária promovida pelo governo Donald Trump não foi suficiente para aliviar a pressão sobre os produtos baianos exportados para os Estados Unidos. A conclusão foi apresentada nesta quarta-feira (27) durante o Bahia Avança 2025, realizado no Cine Glauber Rocha, em Salvador. Segundo a Amcham Brasil, mais de 50% das exportações da Bahia para o mercado norte-americano continuam sujeitas a sobretaxas de até 40% e 50%, com maior impacto sobre itens industriais, de maior valor agregado.
O diagnóstico foi detalhado por Fabrizio Panzini, diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais da entidade. Ele destacou que, embora alguns avanços recentes tenham ampliado o volume de produtos livres das tarifas, de 140 milhões para quase 230 milhões de dólares, os prejuízos permanecem significativos. “Seguimos com mais da metade das exportações atingidas. É uma pressão tarifária impensável entre parceiros dessa relevância”, afirmou. Quedas sucessivas no desempenho dos produtos tarifados reforçam o cenário: retrações de 22% em agosto, 26% em setembro e 27% em outubro.
A Amcham ressaltou ainda a relevância do mercado americano para a Bahia. Atualmente, 89% do que o estado exporta para os EUA corresponde a produtos industriais justamente o segmento mais afetado pelas medidas adotadas nos últimos meses. Para o superintendente regional da entidade, Thiago Mota, o momento exige atenção redobrada do setor produtivo. “O empresariado precisa de previsibilidade para planejar investimentos. Nosso papel é oferecer análise técnica, leitura de tendências e articulação que fortaleça a competitividade baiana em um ambiente global cada vez mais desafiador”, disse.
O Bahia Avança 2025 reuniu executivos, economistas, lideranças empresariais e representantes de diferentes setores para discutir caminhos de desenvolvimento regional. Infraestrutura, transição energética, inovação e governança corporativa estiveram entre os temas debatidos ao longo da programação, que foi encerrada com um momento de relacionamento entre os participantes.
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