Uma operação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Federal (PF) resgatou 207 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, na última quarta-feira (23). De acordo com o MTE, as vinícolas que faziam uso da mão de obra são a Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton, que podem ter que pagar direitos trabalhistas.
Segundo o MTE, as empresas contrataram a Fênix Serviços Administrativos e Apoio a Gestão de Saúde LTDA, que disponibilizava os trabalhadores, e afirmaram que desconheciam as irregularidades e sempre atuaram dentro da lei. A mão de obra foi contratada de forma sazonal para trabalhar na safra da uva na Serra Gaúcha.
A Aurora é uma das maiores e mais premiadas vinícolas do país, exportando vinhos e sucos de uva para mais de 20 países. Em nota, a empresa afirmou que pagava um valor acima de R$ 6,5 mil mensal por trabalhador para a empresa terceirizada e exigia os contratos de trabalho da equipe. “Todo e qualquer prestador de serviço da Aurora, da mesma forma que os funcionários, recebe alimentação de qualidade durante o turno de trabalho”, escreveu a vinícola, que possui 92 anos de história.
Presente na lista dos melhores do mundo e produtora do melhor espumante do Conesul, a Cooperativa Garibaldi é pioneira no Brasil na produção orgânica e biodinâmica, com certificação internacional. Em nota, assim como a Aurora e a Salton, a Garibaldi ressaltou manter contrato com a empresa “Oliveira & Santana“, de mesmo dono da Fênix, fechada em 2019.
Formalmente constituída em 1910, a Salton é uma das principais vinícolas brasileiras, líder na comercialização de espumantes nacionais. “Reforçamos que todas as informações foram verificadas antes da contratação do fornecedor. Entretanto, trata-se de incidente isolado e a Família Salton já está tomando medidas cabíveis frente ao tema, além de ser colocar à disposição dos órgãos competentes para colaborar com o processo”, esclareceu, em nota.
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