Vigilância Sanitária de Salvador. Foto: Jefferson Peixoto/Secom PMS

Em meio a delicada situação nacional relacionada aos casos de intoxicação por metanol, a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS), por meio da CIEVS, começou a se movimentar. O objetivo é proteger a população e evitar que episódios semelhantes ocorram na capital baiana. A atenção fica redobrada, visto que, nesta sexta-feira (3), a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e a Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana confirmaram o primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol no estado. 

Um homem de 56 anos, deu entrada na UPA da Queimadinha, em Feira de Santana, e evoluiu a quadro de óbito durante a madrugada. O caso está sendo acompanhado pelas equipes e as amostras biológicas serão coletadas e encaminhadas para análise laboratorial, para confirmar ou descartar a hipótese de intoxicação. Em Salvador, não foi confirmado nenhum caso de intoxicação, até o momento.

No entanto, tendo em vista o risco de circulação de bebidas alcoólicas de procedência duvidosa, a SMS adotou medidas imediatas de prevenção e intensificou as ações de fiscalização em bares, restaurantes, distribuidoras, supermercados e demais pontos de venda. Segundo a diretora de Vigilância da Saúde da capital, Andréa Salvador, é fundamental que o consumidor fique atento no momento da compra.

“Ler o rótulo é um passo importante para verificar se a bebida traz informações básicas, como validade e fabricante. Além disso, é preciso desconfiar de produtos vendidos a preços muito abaixo do mercado, de embalagens improvisadas ou sem lacre de segurança. Esses cuidados simples ajudam a evitar riscos e garantem mais segurança para quem consome”, destacou.

A SMS destaca que qualquer pessoa que apresente sintomas suspeitos após ingestão de bebida alcoólica deve procurar imediatamente um serviço de saúde e, se possível, levar a embalagem do produto consumido para análise. A entidade também reforça que os profissionais da rede municipal foram treinados para identificar casos suspeitos e realizar notificações. A orientação é para que a população não consuma bebidas sem rótulo, selo fiscal ou procedência clara.

Sintomas de intoxicação por metanol

Visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, convulsões, tontura e perda de consciência são os principais indicadores de que a substância foi consumida. Nos casos graves, pode levar à cegueira e morte. Geralmente, os sintomas aprecem de 12 a 14 horas após a ingestão e podem remeter a uma indisposição simples, por isso, é importante redobrar a atenção. No corpo, o metanol pode gerar complicações na medula, cérebro, pulmões, rins e fígado. Em caso de suspeitas, é recomendado que busque atendimento médico imediato.

Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (ABNO), também publicou um alerta sobre os riscos do consumo do metanol. Em alguns dos casos investigados, as vítimas relatam cegueira temporária ou completa. Além disso, a intoxicação pode levar à neuropatia óptica, doença grave que pode gerar a perda de visão. A entidade ainda aponta que o tratamento deve ser imediato, com acompanhamento médico, e com uso de antídotos, bicarbonato para corrigir a acidez no sangue, vitaminas e hemodiálise.

Recomendações

Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), divulgaram uma nota técnica destinadas a bares, restaurantes, casas noturnas, mercados e distribuidoras. As entidades apontam que preços muito abaixo do mercado, odor incompatível e o relato de sintomas indesejados são alertas para adulteração. Vale ressaltar, que não é recomendado cheirar e provar as bebidas suspeitas, como ‘testes caseiros’.

As recomendações da Senacom e CNCP envolvem:

  • aquisição exclusiva de bebidas por meio de fornecedores formais com CNPJ ativo e regularidade no segmento;
  • compra acompanhada de nota fiscal e conferência da chave de segurança nos canais da Receita Federal;
  • não recebimento de garrafas com lacre e rolha violados, rótulos desalinhados ou de baixa qualidade, ausência de identificação do fabricante e importador, sem a identificação dos lotes, com numeração repetida ou ilegível;
  • realização de medidas de rastreabilidade como dupla checagem.
Metanol. Foto: Biodiesel Brasil

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