
Na última segunda-feira (6), o SESI Bahia reuniu pesquisadores, gestores e especialistas no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), em Salvador, para o ‘Seminário Cultura & Indústria: investimento que gera valor’. O evento teve como objetivo discutir o papel estratégico dos investimentos em cultura no fortalecimento das empresas industriais, destacando sua contribuição para a sustentabilidade, inovação, competitividade e bem-estar.
A programação contou com quatro painéis principais, iniciando com a participação da pesquisadora Lilian Hanania (Brasil/França), que discutiu a inserção da cultura nas estratégias de sustentabilidade empresarial. Ela trouxe dados de sua pesquisa, que estuda a contribuição de empresas para a diversidade cultural. “A cultura é uma dimensão fundamental do desenvolvimento sustentável, contribui para a performance econômica das empresas, assim como para a estabilidade social e redução de conflitos”, disse.
À tarde, o ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira, participou do painel sobre cultura, marketing e governança, ao lado do consultor Piatã Stoklos, defendendo a criação de um observatório cultural que acompanhe e fortaleça políticas públicas para o setor. “A Bahia é uma marca poderosa, um verdadeiro case de marketing, mas que ainda não tem colhido plenamente os frutos desse potencial cultural”, destacou Ferreira.
Encerrando a programação, o painel sobre cultura, saúde mental e bem-estar nas empresas reuniu os pesquisadores Guilherme Varella e Marcelo Veras, ambos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que abordaram a importância de investimentos culturais na promoção do cuidado com os trabalhadores e no fortalecimento das relações dentro do ambiente corporativo.
Um dos destaques do evento foi a apresentação de uma pesquisa inédita realizada com 144 empresas da indústria baiana, que revelou que a maior parte delas valoriza a cultura e seu impacto social. No entanto, o estudo apontou uma lacuna significativa entre produtores culturais e empresas que desejam investir em cultura. “Poder mensurar e utilizar dados é fundamental. A maior parte das marcas com quem trabalho não utiliza Leis de Incentivo porque considera o processo complicado. Falta uma sinergia que nos conecte aos produtos culturais da Bahia”, afirmou a produtora cultural Ivanna Soutto.

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