O litoral sul da Bahia durante muitos anos foi a maior fonte da cultura cacaueira do Brasil. Fato é que o sistema de produção mudou, mas com ele veio o avanço. Por exemplo, não mais se vê pela região a famosa praga vassoura de bruxa, que dizimou boa parte das lavouras e levou vários produtores à falência. No entanto, as novas formas que o cultivo ganhou podem tornar o Brasil autossuficiente na produção da amêndoa, e o melhor de tudo, de forma sustentável.
Um estudo realizado por Cocoa Action Brasil, Instituto Floresta Viva (IFV) e pela Brown University (EUA) apontou que 78% das propriedades produtoras de cacau da região sul da Bahia possuem um sistema considerado ambientalmente mais sustentável, o Cabruca. Esse modelo de cultivo se resume ao uso da agroflorestal para a produção de cacau, ou seja, aproveitar as árvores nativas daquela região para gerar sombra aos cacaueiros, além de enriquecer a mineração do solo.
Os pesquisadores acompanharam por quatro anos a rotina de 3 mil produtores rurais da região, a maioria deles considerado pequenos agricultores. O estudo foi realizado em 26 municípios do litoral sul da Bahia, que vai da Península de Maraú até Canavieiras e abraça uma área de 15 mil quilômetros quadrados, onde existem 16.589 propriedades rurais que se dedicam à produção do cacau.