O fim da cobrança do transporte público tem adquirido cada vez mais adeptos e já é praticado em dezenas de cidades brasileiras. Este ano, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou que analisa a ideia e a equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem debatido o tema. Uma estratégia seria que as empresas passassem a pagar uma taxa de transporte ao governo, equivalente ao número de funcionários, com valor inferior ao vale-transporte, para incentivar uma maior arrecadação.
A cidade de São Paulo gastou em 2021 R$3,3 bilhões em subsídios para a rede de ônibus, fora o valor pago pelos passageiros, e pode se tornar a primeira grande metrópole a adotar a tarifa zero completa. Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), há 51 cidades no país com projetos ativos de passe livre. Em Caucaia, no Ceará, a cobrança foi abolida em agosto de 2021 e, desde então, o total de viagens de ônibus passou de cerca de 500 mil para mais de 2 milhões mensais.
“É uma transferência direta de renda para a população, que pode usar o dinheiro que gastaria no transporte em outras coisas, movimentando a economia da cidade”, diz Vitor Valim (sem partido), prefeito de Caucaia, que tem 360 mil habitantes. O transporte consome 3,6% do Orçamento da cidade e foram feitos arranjos nas contas municipais para acomodar o gasto, sem criar novas taxas.
Paranaguá, no Paraná, foi barrada na Justiça ao tentar criar uma nova taxa sobre as empresas para custear a mudança e passou a bancar as passagens com recursos já existentes, como os obtidos com publicidade nos ônibus.
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