Quando a Fase 01 da retomada das atividades econômicas foi liberada em Salvador, na última sexta-feira (24), os templos religiosos também receberam autorização para reabrirem. No entanto, muitos dos Terreiros de Candomblé da cidade, optaram por continuar fechados durante a pandemia.
Em uma matéria veiculada hoje (28), na Folha de São Paulo, assinada pelo repórter André Uzeda, líderes da religião dizem que os argumentos para essa decisão vão desde preocupação com a saúde das principais lideranças religiosas ao receio de perseguição por falhas no protocolo de reabertura e, em muitas casas, até o conselho direto dos orixás.
De acordo com a reportagem, no Ilê Axé Opô Afonjá, fundado em 1910, foi justamente a voz de Xangô que prevaleceu entre os reais motivos. “Ela fez uma consulta direta através dos búzios e Xangô disse para não reabrir nada. Não é o momento ainda”, disse Ribamar Daniel, presidente da Sociedade Cruz Santa do Afonjá.
O pedido de cautela feito por Xangô também se estendeu ao Ilê Axé Opô Aganju. Pai Balbino Daniel de Paula, o Obaràyí, foi obrigado a, pela primeira vez na história, cancelar todo calendário de festas que acontecem no terreiro desde 1972. “É uma recomendação médica e também um pedido do orixá”, disse o babalorixá.