Māe Williana de Odé, no terreiro Ilê axé Ojú Igbô Odé. Foto: Joédson Alves/Ag. Brasil.
Māe Williana de Odé, no terreiro Ilê axé Ojú Igbô Odé. Foto: Joédson Alves/Ag. Brasil.

Um ano após a promulgação da Lei Áurea, que acabou com a escravidão legal no Brasil, em 1889, João de Obá organizou uma celebração em Santo Amaro da Purificação: o Bembé do Mercado. No dia 13 de maio, a festa reuniu os pescadores e os terreiros de candomblé para denunciar as más condições em que a abolição deixou a população negra, sem nenhuma reparação pelos anos de trabalhos forçados.

O Bembé do Mercado não celebra a lei assinada pela Princesa Isabel, mas afirma a resistência do povo negro e é organizado por 60 terreiros do município baiano. Em 2012, a festa histórica foi reconhecida como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e em 2019, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A celebração envolve a realização de obrigações religiosas, com dedicações a Exu, Iemanjá e Oxum, e também manifestações culturais afro-brasileiras, como a capoeira e o samba de roda. As festas ocorrem em pontos centrais da cidade de Santo Amaro, buscando preservar a cultura local e fazer resistência contra a violência do racismo que afeta as religiões de matriz africana.

Māe Lidu com suas filhas de santo, no terreiro Ilê Axé Igbalé. Foto: Joédson Alves/Ag. Brasil.
Māe Lidu com suas filhas de santo, no terreiro Ilê Axé Igbalé. Foto: Joédson Alves/Ag. Brasil.

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