O projeto da vinícola UVVA, na Chapada Diamantina, foi lançado em setembro do ano passado, mas é agora, em novembro de 2021, que o espaço, que leva a assinatura da arquiteta Vanja Hetcert, será oficialmente inaugurado na Bahia, em Mucugê. O resultado é um prédio de mais de 05 mil metros quadrados, que dialoga com tendências contemporâneas, como linhas retas, fachada ventilada e utilização de vidro. A sustentabilidade é um ponto forte do projeto, que privilegia a incidência de iluminação natural e prevê o aproveitamento da água das chuvas para irrigação de jardins.
A estrutura, que parece flutuar sobre os vinhedos, abriga 04 pisos. O pavimento turístico dá as boas-vindas com uma visão panorâmica do vinhedo que chega a uma extensão de 80 quilômetros, tendo a Serra do Sincorá como pano de fundo. Ali também o visitante vai encontrar uma loja e uma varanda para degustação. O segundo ambiente abriga um laboratório, área de enologia e salas de curso e de degustação, além dos setores administrativos. O terceiro está com a produção propriamente dita, que inclui etapas como a vinificação e o engarrafamento dos vinhos.
Por fim, o subsolo. Onde está localizada a cave, guardiã dos vinhos que estagiam em barricas antes de irem para a garrafa. É lá também que o visitante tem o privilégio de contemplar de perto uma parte aparente do solo Franco-Argilo-Arenoso característico e pode ter a sensação de estar inserido no terroir da Chapada Diamantina. O enólogo Marcelo Petroli é quem comanda a equipe técnica da Vinícola UVVA. “Todos os dias tenho que tomar decisões sobre manejo do vinhedo, composição de cortes, técnicas a serem utilizadas no processo de produção, acompanhamento das análises”, diz ele.
“Temos a nosso favor uma altitude de 1.150 metros, boa amplitude térmica, estações bem definidas”, enumera Fabiano Borré, diretor do projeto. “Mas nada é certo quando estamos falando de novas iniciativas. Não se trata só de plantar uva, é preciso saber se de fato existe viabilidade. É muita pesquisa, trabalho e determinação”, completa ele, representante da terceira geração de uma família que fincou raízes na Chapada Diamantina em 1984 e que faz questão de lembrar que este é o novo passo de um projeto que já vem sendo construído há 10 anos.