Uma matéria chocante ilustra a edição de julho da revista Piauí, escrita por Thallys Braga. A publicação traz declarações de diversas pessoas próximas da artista baiana Gal Costa, que relatam todo o caos vivido com Wilma Petrillo, viúva da cantora, que geria sua carreira. Em 13 depoimentos, ela é apontada por assédio moral contra ex-funcionários, ameaças a amigos e golpes financeiros em empresários, além de ser acusada de humilhar a artista, a chamando de ‘velha’ e ‘gorda’ e ter causado sua falência, antes da morte, acontecida ano passado.
A matéria se inicia com o médico Bruno Prado, que emprestou R$15 mil para a empresária, sob a desculpa de realizar uma cirurgia nos olhos. Na hora de receber o pagamento, era ameaçado por sua condição sexual não assumida. “Vou dizer a seu pai que você é gay”, diz ela, de acordo com ele. Os entrevistados são unânimes em dizer que as finanças de Gal foram repletas de débitos, no período em que Wilma a empresariou, com dívidas em restaurantes, escola do filho, empregados e Receita Federal dos Estados Unidos.
O empresário baiano Maurício Pessoa contou que, em 2013, sofreu um tombo financeiro. Ele conseguiu um patrocínio de R$ 700 mil da Natura Musical com seis shows e gravação de um álbum ao vivo em que Gal interpretaria canções de Lupicínio Rodrigues. Wilma, porém, teria dito que só daria continuidade se recebesse de imediato 80% do valor, ou seja, R$ 560 mil. Ele aceitou e os primeiros shows aconteceram só em 2015. Para gravar o disco, Wilma não respondia e muito tempos depois alegou que a cantora não tinha mais tempo para continuar no projeto. A gravação foi marcada para 2017 e não foi realizada. Assim, a Natura não pagou os R$ 140 mil restantes e o empresário ficou com um prejuízo de mais de R$ 1 milhão.
O médium Halu Gamashi, que também era próximo de Gal, lembra que, por causa do ciúmes de Wilma, passou a se encontrar com a cantora em sigilo. Ele relembra que, em 1995, ouviu Wilma perguntar se Gal não sentia vergonha por estar tão gorda. “Você está pensando que é quem, Nana Caymmi?”. Ele diz que estranhava que Gal ficasse quieta diante dessas situações. A Piauí diz que procurou Wilma para esclarecimentos, mas que ela não atendia às ligações. E que o advogado dela enviou uma ‘advertência’ por escrito à revista para que não publicasse a reportagem, sob pena de sofrer ‘as medidas judiciais cabíveis’.
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