De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com Transtornos de Ansiedade no mundo e o quinto em casos de depressão. Segundo estimativas da OMS divulgadas dois meses após o início da pandemia, 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade. A mudança repentina na rotina, o estresse e a preocupação ocasionada pela Covid-19 fez com que pessoas de todo o mundo se isolassem em suas casas, sem previsão para retorno à vida de antes. Diante desse cenário, o Ministério da Saúde publicou em sua biblioteca virtual um chamado de atenção para transtornos alimentares enquanto consequência desse período de ansiedade. A nutricionista funcional Ana Paula Belmonte, especialista em nutrição vegetariana e comportamental, dá dicas sobre uma alimentação que ajuda a produzir serotonina de forma saudável, e salienta: nada de dietas extremamente restritivas.
“Do ponto de vista nutricional, a compulsão alimentar é reflexo de uma busca incontrolável por prazer, onde a pessoa quer desesperadamente suprir alguma falta, frustração ou compensar alguma dor. Nesses casos, a serotonina, que é o hormônio do prazer, encontra-se em níveis baixos, enquanto o cortisol, que está ligado ao estresse, em níveis elevados”, explica. “Diante dessa perspectiva, o melhor a se fazer é buscar melhorar a qualidade do sono, porque ele tem uma forte influência sobre a ansiedade, estresse e escolhas alimentares. Outro fator que ajuda a minimizar os efeitos da ansiedade é incluir alimentos que favorecem a produção de serotonina (banana, farelo de aveia, chocolate meio amargo, abacate, oleaginosas e etc.) e evitar privações alimentares de forma radical devido à sua influência direta no estresse emocional”, disse a profissional.